Fecho os olhos e deixo a música possuir cada canto do meu corpo bêbado e dormente. Começo a mexer os quadris lentamente... de um lado para o outro, me deixando levar por aquele sentimento nostálgico que aquela letra me fazia ter. Inclino a cabeça para trás cantando baixo e levanto os braços para logo depois descê-los com lentidão, passando os dedos entre os cachos do meu cabelo... depois por cima do meu peitoral coberto por apenas a camisa de renda branca - já que tirei o paletó e deixei no colo de Alex - até as minhas coxas.
Começo a lembrar do porquê que me levou a beber assim, como um condenado. Coisa que eu não fazia desde os meus dezoito anos de idade.
Depois que eu e Josh dançamos mais algumas músicas no começo da festa, voltamos para mesa que antes estávamos sentados, lá encontramos o trisal do momento e duas garotas que logo me foram apresentadas como Any Gabrielly e Savannah Clarke. Até aí tudo ocorria bem. Conversei com elas por bons minutos sobre várias coisas e principalmente sobre o casamento que iria acontecer em breve. Mas, um tempo depois, a dona da marca de grife cara chamou Josh para emprestar algumas pessoas que estavam na festa e até mesmo lhe mostrar quem era as damas de honra. O porquê disso? Não faço ideia. Achei que era coisa boa... mas não era.
Sinto um corpo firme encostar no meu, bem atrás de mim, mas eu não me importo. Eu não conseguia me importar com nada no momento. Apenas com alguém que nem sequer... nem sequer estava comigo ali. Preferiu estar com outro. As desconhecidas mãos grandes e fortes agarraram minha cintura enquanto começa a me acompanhar na dança. Mantenho os olhos fechados ainda perdidos em pensamentos ligeiramente bêbados.
Depois que Josh havia saído da mesa resolvi beber até a última gota da bebida que Bailey tinha trago para mim. Estava muito boa, por sinal. Ficamos nós quatro conversando sobre várias coisas aleatórias - e às vezes confesso que fiquei segurando uma grande tocha olímpica. Até que, em um certo instante daquela noite, algo no cantinho da boate improvisada capturou a minha atenção de imediato.
Era Josh.
Na verdade, era ele conversando perto demais de um garoto que eu nunca tinha visto na vida. Ao longe eu conseguia ver perfeitamente aquelas mãos tocando no ombro, no braço, tocavam em Josh... no meu Josh... Eu fiquei hipnotizado, com raiva, sem conseguir ao menos desviar o olhar. Era como se os dois fossem íntimos o suficiente para fazer tal coisa, como se já se conhecesse aquele corpo antes de tudo. E, acabei descobrindo que ele realmente me conhece.
O nome do garoto intrometido era Kyle Thomas, alguma coisa que a minha alcoolizada não faz a mínima questão de lembrar agora. Eu soube porque perguntei isso à Krystian e o fiz me contar mais coisas sobre ele, mesmo aquilo me deixando levemente incomodado. O que descobri piorou ainda mais aquela sensação. Eu soube que o garoto já havia sido submisso de Josh por quase um ano antes de mim. Eles se davam bem, conheciam o limite um do outro e tinham boas aventuras sexuais.
Aposto que não treparam no provador da Gucci, penso com uma ligeira raiva cobrindo meu coração.
Até que em dado momento Josh percebeu que esse tal de Kyle Thomas parecia estar se apaixonando por ele. Então... de uma hora para a outra, terminou tudo. Ele cortou, sem dó, todas as relações que existiam entre os dois só porque o outro havia se apaixonado. Simplesmente por isso! Essa situação me fez pensar por vários segundos em silêncio, bebericando mais um copo de bebida até chegar à uma conclusão que já estava estampada na minha cara para quem quisesse ver.
Eu... eu acho que estou me apaixonando por ele também.
Estou começando a ter sentimentos por alguém que aparentemente tem medo ou é incapaz de sentir esse tipo de afeto por outra pessoa. E ter a consciência de um fato desses fez o meu coração doer de uma forma lenta e torturante, chegando quase a me sufocar.
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Fifth Shades of Blue - Nosh Version
FanfictionQuando Noah Urrea vai à entrevista para ser o secretário do jovem bilionário e CEO Joshua Beauchamp, não imaginaria que iria se atrair tão facilmente por aqueles olhos azuis frios e vazios. Muito menos esperava que seria algo recíproco, apesar da di...