Fifth Shades of Blue - Nosh Version

Chapter Thirty-Nine: Can You Feel My Heart?

Pov. Josh Beauchamp

De repente sinto o ar dos meus pulmões faltarem, deixando-me sem fôlego e com um sentimento um tanto desconhecido, porém ao mesmo tempo muito familiar tomando conta de meu coração acelerado. Sem conseguir falar nada, eu apenas encaro os olhos de Noah a poucos centímetros de distância do meu rosto. O verde das suas íris brilhando como as estrelas no céu acima de nós, tão transparente e carregado de vida quanto o sol radiante que o dia possui.

Noah está apaixonado por mim. Ele realmente está.

Aquela frase ecoa pela minha mente repetidas vezes seguidas e sem fazer uma pausa, tomando posse da quietude que, surpreendente, meus pensamentos estavam no momento. Eu não consigo pensar em mais nada que não seja Noah, Noah e Noah. Unicamente Noah. Fazendo assim meu coração bater mais forte contra o peito, tão frenético que eu poderia facilmente comparar com um dos efeitos mais comuns de todas as coisas ilícitas que um dia já cheguei a usar, naquela época sombria e mórbida que foi minha adolescência e o início da vida adulta. Porém, ao mesmo tempo, isso aqui é tão... diferente. É mais forte, e com certeza muito mais intenso. De algum modo causando um calor satisfatório correr por todo meu corpo ligeiramente trêmulo, quase tão similar com a sensação ardente que sentimos na garganta só de beber um único gole de Whisky.

Noah Urrea para mim era, é, como um entorpecente completamente doce e viciante. Tão forte que o seu efeito não demora nem ao menos alguns segundos para começar a agir, quase de imediato domando seu corpo com sensações boas ao ponto de fazer todos os membros ficarem inteiramente dormentes. Escutando os seus gritos de socorro silenciosos que ninguém antes se deu o trabalho de ouvir. Causando-lhe um rápido esquecimento de todos os problemas que você está afundado e que o faz sentir um sentimento de inutilidade asfixiante, para logo em seguida ele abafar a sua dor de uma vez. Diminuindo e apagando, bem aos poucos, as lembranças ruins que estão a tanto tempo grudadas permanentemente no fundo obscuro da minha mente, com a simples intenção de dar lugar a outras novas e muito melhores. É isto que Noah me faz vivenciar, transmitido em poucas palavras escritas que alguém facilmente poderia achar algo belo de ler.

É como se Noah passasse a ser um pintor renomado de puro talento que está colorindo lentamente cada cantinho da tela em branco que eu passei a ser. Criando um mundo dentro de mim mesmo com cores cheias de vida, composta por vários tipos de sensações novas e realmente atraentes aos meus olhos curiosos.

Ele é a substância alucinógena da qual eu quero e pretendo passar o resto da minha vida miserável fazendo uso, não importando-me nem um pouco se estarei virando um viciado de merda. Porque, se eu ficar sem Noah... sinto que a abstinência irá trazer de vez a minha insanidade à tona e nunca mais eu serei o mesmo. Pois agora ele está impregnado em minhas veias, e eu não consigo mais tirá-lo dali. Nem se tentasse. Visto que também estou apaixonado por ele. Perdidamente e totalmente apaixonado por cada um dos pequenos e únicos detalhes. E, o que eu mais quero é que ele saiba disso.

Mesmo que eu não tenha coragem ou, ao menos, ideia de como poderia falar tal coisa à ele... Pois Noah simplesmente roubou todas as palavras existentes de minha boca com aquela frase que confessava seus sentimentos por mim. Pela primeira vez depois de anos, fazendo-me ficar em silêncio só por não saber o que dizer.

Respiro fundo ainda encarando-o nos olhos, aqueles lindos olhos verdes donos de tanta vida, e então eu ergo a mão direita até a direção de sua bochecha... passando o polegar delicadamente por sua pele corada... até os seus lábios. Que, desde a primeira vez que eu os vi senti um desejo avassalador de tocá-los com os meus próprios. Inclino-me para frente até estar com a testa encostada suavemente na sua, e devagar, vou descendo os dedos até deixá-la em cima de seu coração.