Encontro marcado (Richard Ríos)

XVI || 𝐉𝐮𝐞𝐠𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐢𝐦𝐩𝐫𝐞𝐬𝐢𝐨𝐧𝐚𝐫

LUANNA SCARPA
SÃO PAULO - SP
13:30

Bom, hoje é dia de jogo! E eu vou levar meus pais para assistir, e eles amaram a ideia. -Só vou se o Richard for titular! -Meu pai disse. -Pai, ele joga na mesma posição do Gu, acho difícil ele jogar, mas vale tentar né?. Eu também queria que ele fosse titular, mas existe uma hierarquia que havia de ser respeitada, e não havia como contestar. Fui logo de manhã me arrumar para que pudesse buscar meus pais na casa deles. Eu iria levá-los, já que tinha uma vaga especial para ala da família, então seria mais fácil, já que meu pai já não consegue andar tanto, e precisa de ajuda para se locomover. Acordei, e como se costume, arrumei a cama, tomei café da manhã, e pedi que a Alexa tocasse minha playlist matinal.

West Coast

Down on the West coast, they got a sayin'
"If you're not drinkin', then you're not playin' But you've got the music You've got the music in you, don't you?

Lana del Rey era minha primeira opção, aprendi a ser mulher com ela. Eu amava cada música, desde Cinnamon Girl até A&W. Entrei no box e tomei um banho, tratando de hidratar cada mecha do cabelo. Afinal, queria estar impecável para a primeira vez que eu usaria o camarote destinado aos jogadores, ou a família. Me maquiei e já postei uma foto nos stories, já que eu tinha sido chamada para fazer fotos para a Chilli Beans, de óculos escuros. Me arrumei com minha blusa, que havia sido recentemente autografada. "Tem que ser especial, deixa eu colocar meu nome aí vai Lu!". A minha blusa verde água do palmeiras era minha xodó, mas ele comprou duas novas para mim, com o nome dele, e ganhei dedicatória.

Dirigi até a casa dos meus pais, por que iríamos almoçar juntos, e à tarde iríamos ver o jogo. Acabamos que fomos em um bar da mancha verde, e foi tudo muito mágico. O sonho do meu pai desde menino era ir no Parque Antártica, hoje Allianz Parque. Ele sempre se emociona ao contar que seu filho proporcionou isso para ele, mas hoje seria especial, não seria por causa do Gustavo, seria por causa do Rios. Por causa do colombiano que o destino me trouxe. Seria por causa da leve ceda que teceu nossos laços e nos incendiou. Como o universo é engraçado. Me lembro do dia em que ele me apareceu pela primeira vez. Eu tinha acabado de receber uma ligação do Gabriel me avisando para voltar logo, então olhei em olhos que não permitiram que eu voltasse.

Nós fomos pela Avenida Palestra, e ficamos por um tempo no "esquenta" da torcida. Presenteei meu pai com uma bandeira do Palmeiras, e um porquinho de uniforme. Todos estavam em um hino uníssono, e algumas meninas vieram conversar comigo, foi muito legal. Nós entramos na recepção e subimos até os camarotes. Deixei minha bolsa e já descemos para ver o aquecimento. Quando estávamos de saída, escutei uma gritaria na porta do camarote, vozes conhecidas, mas não consegui distinguir de quem era, então apenas descemos para ver o aquecimento. Meu pai não parava de chamar pelo Rios, até que ele veio até ele para falar "oi". Foi uma loucura, todos queriam abraçar jogador, um monte de gente pedia camisa, querendo autógrafo, muita emoção.

Voltamos por causa que o jogo iria começar, e já nós acomodamos na bancada. A área compartilhada dos camarotes estava cheia, repleta de famílias que iam torcer diariamente por seus filhos. O camarote do Richard fica ao lado do espaço do Veiga e do Gómez, meus amigos aqui do time. Apresentei minha mãe para a Dona Lurdes, que logo virou melhor amiga da minha mãe, e as duas não paravam de conversar. Vi que lá estava uma garota de estatura média e cabelos loiros, mas o Veiga não tem irmã.. ou tem? Realmente fiquei confusa. Até que ouço meu pai discutindo com uma mulher na porta. -Pai calma, tá tudo bem e..- Não, não estava tudo bem. -Está vendo James? Essa garota aproveitadora está no meu lugar. -Calma Dona Rita, eu não posso fazer nada a respeito. -Boa tarde Dona Rita, o que a senhora faz aqui? -Que garota tosca, e ainda se faz de sonsa, estou aqui por que este lugar é meu.