XX | 𝐕𝐢𝐝𝐞𝐨𝐣𝐮𝐞𝐠𝐨𝐬

450 28 49
                                    

𝕽𝖎𝖈𝖍𝖆𝖗𝖉 𝕽𝖎𝖔𝖘
São Paulo - SP
7:30 am. Domingo

Domingo, 7:30 da manhã, melhor hora possível para sair para correr. A rua estava vazia, e estava fresco. Me levanto enquanto a Luanna ainda dorme. Me dirijo até a cozinha, e me deparo com a pizza que pedimos ontem inteira, agora fria, na bancada.

Pego uma maçã na fruteira e começo a comer, tentando lembrar o que fiz ontem à noite, que nem comi a pizza. Será que extrapolei no filme e fui dormir? Mas eu e a Luanna fomos pro quarto ontem, antes de dormir.

Achei esquisito, mas comecei a me distrair com meu celular. Quando estava prestes a sair, ouço um grito do quarto, e já pego uma vassoura, já que a Luanna morre de mero de insetos voadores.

-Lu, tá tudo bem? Cadê o bicho pra eu matar?

-Tá aqui seu bicho. -Ela me entrega um pedaço de plástico, com um furo.

-Relaxa linda, não vai dar em nada, foi rapidinho, vapt vupt e-

-EU NÃO ESTOU PRONTA PRA ISSO -Ela estava desesperada, mas fazer o quê? Paternidade é um sonho que tenho.

-Luanna, calma, não dá pra conversar de cabeça quente, e aliás, é só fazer o que a Jazmin te falou.-Sinto que sua pressão estava começando a baixar, então a pego no colo e a ponho na cama.

-Me espera aqui, vou pegar um doce pra você, principalmente pra sua pressão. -Me levanto do chão e vou até a cozinha. Ela não queria soltar meu braço, e até entendo. Gerar um filho não é fácil, mas a gente nem sabia se ia dar em algo.

Fui até a cozinha e abri um pacote de pirulitos de Halloween, que o Dudu comprou no Mercado Livre. Ele, mesmo lesionado, fez questão de trazer um pouco de felicidade pra gente. Que cara gente boa.

Rapidamente disquei o número da Jazmin, para saber como lidar com ela, até porque Luanna quase teve um caso de hiperventilação agora mesmo. E parece que meu plano de correr foi por água abaixo.

Mas eu gostei da ideia de ter um mini eu correndo pela casa. Mas parece que a Lu ainda não abraçou a ideia. E nem sei porque estamos pensando nisso. Foi tão rápido que nem deve ter dado em nada. Ela deve estar se preocupando a toa.

Acho que agora é esperar algum sinal, mas, meu Deus, como que eu vou contar para o Scarpa? E pra família dela? E com a Data Fifa chegando, como que eu faço para dar atenção pra ela? Só se eu levar ela comigo, mas, acho que não pode.. que complicado!

Neste momento, ela está no quarto, em seu décimo sono, ainda se recusando. E eu? Estou indo comprar almoço, e vamos dar uma passada na casa do Veiga, já que ele estava meio para baixo esses dias.

Enquanto esperava na fila do Forno à Lenha, pesquisei comidas que são consideradas "desejo de grávida", caso a Luanna quiser, ou estiver. Ela provavelmente não está, mas eu já amo esse filho, mesmo ela se recusando a ter essa criança.

Na minha vez, comprei o almoço, e já peguei um pote de sopa congelada para o jantar. Antes que eu parta para a viagem, vou fazer um dia de mimos, inspirado em uma conta do TikTok de um cara que cuida da esposa tão bem que virou meu ídolo.

Enquanto dirigia de volta a minha casa, penso comigo mesmo "tenho que parar de me iludir com isso" A convocação brasileira vai ser hoje, e fomos até a casa dele, já que a da Colômbia já havia sido realizada.

Passei em casa para pegar a Luanna, e a levei comigo. Agora lembrei o porquê do "ocorrido". Fiquei muito animado por ter sido convocado e comemorei de outra maneira. Ela ainda está em crise, mesmo tendo se passado uma semana desde o incidente, e fica negando, a todo momento.

-É só não ficar pensando nisso, calma linda.

-Eu 'tô com medo, Rich. Eu não me sinto capaz de ter um filho.

Parei o carro na frente do carro do Veiga, e me ajeito no banco até que fique de frente com ela.

-Luanna Scarpa, eu, Richard Rios, prometo cuidar de você até o fim dos tempos. Você não tem noção de como é especial para mim. Estando grávida ou não, meu papel neste mundo é te proteger, e não vou falhar nisso. Entendeu? -Digo enxugando suas lágrimas.

Estávamos entrando no prédio e vemos a Bruna, o irmão dela, e um outro cara saindo do prédio, todos com uma expressão bem fechada. Achei bem estranho, mas apenas relevei. Dei meu nome na portaria e me dirigi ao elevador. A Lu começou a querer mais abraços, e de algum modo, ficar mais carente.

Abro os braços para que se aconchegue, e acaricio o seu cabelo recém hidratado, sempre cheiroso. O elevador para no andar 23, para que um Veiga com uma cara de choro abra a porta.

-Pra quê essa cara Rapha? O que houve? - Luanna pergunta.

-Ah, coisas da vida, mas entra aí, ja já começa a convocação.

A Luanna, o Gustavo e o Raphael foram criados juntos, então há uma conexão muito bonita entre eles, mais que uma amizade, um sentimento de irmandade, de cuidar um do outro. O mais próximo que tive com alguém, foi a Luanna, claro, e uma garota que fez intercâmbio na Colômbia e ficou na minha sala no colegial. Ela era linda, e vivia na minha casa. Até que ela foi embora, e fiquei sem a minha melhor amizade. Tenho o colar de "BFF" até hoje, junto de diversos polaroids nossas.

Enquanto Raphael nos servia de chá, liguei a televisão no canal onde seria transmitida a convocação do Diniz. Eu sinceramente não gosto desse cara. Certeza que só vai convocar gente do Fluminense. Nos ajeitamos no sofá, e começamos a ouvir.

-Goleiros; Alisson, Liverpool; Ederson, Manchester City; Lucas Perri, Botafogo.

-Nossa, tiraram o Weverton para colocar esse frango do Botafofo? Sério mesmo? -Veiga diz indignado.

-Eu não concordo com ele em nada, só coloca gente do Fluminense, daqui a pouco ele vai querer naturalizar o Cano. -Digo com sarcasmo.

-Meio-Campistas; André, Fluminense; Casemiro, Manchester United; Bruno Guimarães, Newcastle; Gerson, Flamengo.

-O QUÊ? ATÉ O CORINGA FOI E EU NÃO? -Veiga esbraveja contra a Tv- Eu sou infinitamente melhor que ele.

Ele se sentia arrasado e começou a choramingar. A Luanna logo o acolheu com um abraço, e com palavras do tipo "'Não chora Rapha, se ele não reconhece seu talento, a culpa não é sua" E não era mesmo dele mesmo. Pra colocar um técnico como o Diniz só sendo louco mesmo.

-Rapha, será que podemos conversar, tipo, a sós? - O chamo até a cozinha. Ele estava muito bem acomodado no meio de um cafuné, mas levantou.

-Olha, não quero ser chato e ocupar sua cabeça ,mas será que posso deixar a Luanna aqui enquanto eu vou? Por que eu acho que ela meio que...-Faço
um movimento circular sobre a barriga, indicando volume, e depois para mim mesmo.

-Então você...-Ele aponta pra um quarto e aponta para mim e para ela. Assinto.

Parabéns, e, pode deixar sim, a Luanna é como
uma irmã pra mim.

-Muito obrigada, sabia que poderia contar com
você. Eu vou viajar hoje, então vou arrumar minhas malas e a trago aqui a noite, pode ser?

-Pode sim, combinado então.

Acertei o horário e chamei a Luanna para ir embora. No elevador, busquei me informar sobre o horário do meu voo, para não atrasar.

-Lu, você tá bem? Não para de mexer na barriga.

-Parabéns Rich. -Ela me entrega uma caixinha.

Assim que abro, grito e comemoro com ela.

Ela superou por mim, eu te amo

﹀﹀﹀﹀﹀﹀﹀﹀﹀﹀﹀﹀ ' ' . • . . ''◦
volteii!

Ahhh gostaram da notícia?? Eu queria muito soltar isso, pra fazer muitos capítulos fofos de Rios papai e Luanna mamãe!

Pergunta rápida: Eu coloco meus toques ou deixo fofo?

Beijos e até a próxima ✨🤍🫶🏻

Encontro marcado (Richard Ríos)Onde histórias criam vida. Descubra agora