28 - Eu salvo você.

223 31 3
                                    

🖇 | NOAH U

Any e eu fomos até a piscina e primeiro descemos para a parte mais rasa onde a água chegava até os joelhos. Olhei para a frente e posso jurar que dali a piscina parecia ainda maior do que quando vista do lado de fora. Ela me puxou mais para dentro e quando a água chegou na minha cintura eu travei.

— Não posso mais. — falei.

— Vem, está tudo bem. — segurou minhas duas mãos. — Confia em mim. Olha nos meus olhos e só se deixa ser guiado.

Fiz o que ela disse e me concentrei nos seus olhos. Notei como a luz batia na água e refletia em sua retina, fazendo parecer que os olhos dela estavam brilhando. Isso me deixou estranhamente mais calmo e distraído, seguindo-a enquanto ela me levava para mais fundo. De repente a água estava batendo no meu peito. Olhei para os lados para ter noção de onde estava e senti minha respiração começar a acelerar.

Flash's de memória invadiram a minha cabeça e a sensação de medo acompanhou. Ofeguei mais forte lembrando-me da sensação de não conseguir respirar, de ser segurado debaixo da água contra a minha vontade e de saber que eu iria desmaiar eventualmente. O desespero bateu e eu dei um passo para trás, soltando as mãos de Any e me preparando para sair dali o mais rápido possível.

— Calma, está tudo bem. — ela me puxou de volta e pousou suas duas mãos no meu rosto, fazendo—me olhar para ela de novo. — Você está seguro. Você tem controle do seu corpo e da sua mente, nada vai acontecer se você não quiser que aconteça. Mas se acontecer, eu salvo você.

Senti como se o meu corpo derretesse em suas mãos. Relaxei e levei minhas mãos até a sua cintura, onde segurei firme e me senti mais confiante. Any chegou mais perto, eu podia sentir o seu corpo bem próximo ao meu. Nossos rostos se aproximaram e nossas testas se tocaram. Fechei os meus olhos e inspirei profundamente. Eu estava calmo, eu podia fazer aquilo, ela iria me salvar.

Ao abrir os olhos novamente, a encarei da mesma maneira doce como ela estava fazendo. Será que Any tinha noção do quão significativo aquele momento estava sendo? Isso iria ficar na minha memória e com certeza me ajudaria demais.

— Como se sente? — perguntou.

— Estranhamente bem. — sorri fraco. — Obrigado.

Ela sorriu, enrolou seus braços em meu pescoço e me abraçou. Enlacei seu corpo e a puxei para apertar o abraço querendo prolongar aquilo. Meu coração estava a mil dentro do meu peito, mas agora por um bom motivo. Era por ela. E mesmo que isso me causasse uma enorme sensação de medo, era muito bom sentir.

Ouvimos um barulho forte de alguém pulando na piscina perto de nós e eu me assustei, sobressaltando e largando o abraço. Apertei minhas mãos na cintura de Any e olhei em pânico para a pessoa que tinha feito isso. Era só um estranho que agora estava nadando para longe.

— Você quer sair? — Any perguntou.

Assenti positivamente e depois segurei em sua mão. Saímos juntos da piscina e voltamos para a espreguiçadeira onde ela deixou sua toalha. Depois de se enxugar, ela me emprestou já que eu não havia trazido nenhuma porque não pretendia entrar na água.

— Você vai ter que fazer isso outras vezes. — ela começou a dizer. — Não é uma coisa que vai embora da noite para o dia, é um processo.

— Não consigo fazer isso sozinho. — admiti envergonhado.

— Então eu faço com você.

— Sério? — fiquei surpreso.

— A gente tem que matar um leão por dia. Nesse caso, uma piscina por dia. — riu.

Call Me When You Want ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora