20 - Quem fez isso com você?

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🖇 | NOAH U.

Ela estava simplesmente... Uau! Uau era a única palavra correta. Era a primeira vez que eu a via usando o cabelo preso e eu não pude deixar de notar como o seu rosto se iluminou, como pareceu ainda mais bonito agora que não tinha nada para contorná-lo. E eu nunca notava essas coisas tão detalhadamente, mas dessa vez eu notei.

Notei o seu vestido azul valorizando o tom de sua pele, notei suas sandálias de salto pretas deixando-a mais elegante, notei seus brincos dourados acentuando o castanho dos seus olhos, notei sua boca rosada com os lábios entreabertos enquanto ela me encarava... Como eu queria mordê-los, como eu estava com saudade de beijá-los, passar a minha língua por eles, invadir a sua boca com a minha e sentir aquele gosto maravilhoso. E no meio disso, também acabei notando as batidas do meu coração. Estavam mais fortes, sentia como se tivesse corrido uma maratona.

Era só excitação. Tinha que ser. Era o meu tesão comum pela Any e isso era minimamente aceitável. Mas por que esse tesão estava vindo com um sentimento de posse? Foi instintivo para mim segurar o seu joelho quando notei o seu ex namorado a olhando de um jeito intenso. Eu fiquei com raiva, queria que ele parasse de deixá-la desconfortável e apenas seguisse com a porra da sua vida sem a Any.

— Eu vou ao banheiro. — Any avisou antes de levantar e sair rapidamente da mesa.

— Ela está bem? — Joseph questionou. — Parecia meio nervosa.

— Tenho certeza que está tudo bem com a Soares. — sorri fraco.

— Por que chama ela pelo sobrenome? — riu. — Não ouço você falar assim com os seus outros funcionários.

— A gente não se dá muito bem, essa é a nossa maneira de manter uma certa distância.

— É, eu percebi que vocês querem se matar o tempo todo. — riu novamente. — Diga-me, Noah, a Any está solteira? Está saindo com alguém? — havia interesse em sua fala e nos seus olhos.

Eu queria dizer que sim, que ela eventualmente saía com alguém, mas o que estávamos fazendo não podia ser chamado de "sair". A gente transou aleatoriamente, em momentos que não planejamos e sem qualquer tipo de controle. Não podíamos chamar isso de compromisso, eu nem sabia nomear que tipo de interação era essa.

— Vai ter que perguntar para ela. — era a melhor resposta para se dar.

Any retornou alguns minutos depois e parecia bastante transtornada. Suas bochechas estavam vermelhas, ela ofegava enquanto esfregava um dos pulsos e seus olhos estavam marejados.

— O que aconteceu? — fiquei de pé sentindo o meu corpo ficar em alerta.

— Desculpa, eu... eu tenho que ir embora. — pela voz, ela estava a um passo de chorar.

— Você está bem, Any? O que houve? — Joseph se preocupou.

— Acho que estou passando mal. — explicou rapidamente. — Sinto muito, de verdade. — pegou a sua bolsa da cadeira e nesse momento eu vi que o pulso que ela esfregava estava vermelho como se alguém tivesse apertado.

Segurei o seu braço e passei o polegar delicadamente pela região avermelhada. Os olhos dela se encheram mais de lágrimas quando ela notou que eu havia percebido.

— Quem fez isso com você? — perguntei cautelosamente em um tom sério.

Any não respondeu e apenas mordeu os lábios nervosamente. Soube exatamente o que tinha acontecido e a raiva que eu senti me cegou. Ela me olhou de um jeito suplicante, pedindo sem palavras que eu não fizesse nada. Não esperei nenhum segundo a mais e saí de perto da mesa indo direto para a cozinha do restaurante.

Call Me When You Want ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora