17 - Café forte com limão.

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🖇 | ANY G.

Desliguei ofegante e sentindo o meu rosto esquentar com a concentração de sangue em minhas bochechas. Eu fiz mesmo isso? Sim, eu fiz! Aceitei o desafio e fiz! Olhei para os meus amigos um a um que me encaravam em choque. Estávamos sentados no tapete da minha sala em um círculo com uma garrafa no centro. Uma garrafa que secamos na última hora e que resolvemos usar para um verdade ou desafio. Sabina estava crente de que se eu chamasse o Noah para transar ele aceitaria, eu disse que não porque não queria contar o que já tinha acontecido e acabei sendo desafiada a chamá-lo.

— Acho que você levou isso a sério demais. — Sofya disse. — Não precisava ter insistido depois que ele disse não.

— Isso vai acontecer? — Lamar me olhou curioso.

— Isso tem que acontecer! — Sabina exclamou já levantando e pegando os seus sapatos. — Temos que ir embora, o que é uma pena porque não deu tempo de fazer a Sofya ligar para o Alex.

— É, temos que ir embora! — a morena levantou num pulo como se quisesse fugir.

— Que merda... — murmurei sentindo meus batimentos cardíacos acelerarem. — Maldita vodka... uísque desgraçado... — comecei a lamentar comigo mesma.

Com muita velocidade, meus amigos calçaram seus sapatos, pegaram suas coisas e foram quase correndo até a porta.

— Aguardamos detalhes! — Lamar disse ao sair por último e fechar a porta logo depois.

Fiquei de pé e tranquei a porta. Não sabia porque estava fazendo isso, mas estava nervosa demais para pensar. Prometi a mim mesma que isso não ia acontecer de novo, mas acabei mais uma vez agindo com base na minha impulsividade e o desejo de sair por cima em uma brincadeira idiota entre bêbados.

Demorou menos de vinte minutos até que eu ouvisse batidas apressadas em minha porta. Talvez ele estivesse ansioso e por isso veio tão rápido. Mas ansioso por quê? Não era para ele querer isso, não era para cogitarmos fazer de novo.

Quando não fui atender, ouvi ele bater de novo com mais força dessa vez.

— Soares? — chamou do outro lado. — Está tudo bem, Any?

Ele parecia preocupado e eu tinha quase certeza disso porque me chamou pelo primeiro nome. Talvez não foi pelo sexo que ele veio. Não era estranho que ele se preocupasse comigo, já que fez isso outras vezes. É claro que eu ficava incomodada com sua estranha gentileza toda vez que me via vulnerável, mas era melhor do que esperar que ele estivesse ali para colocar as suas mãos em mim.

Fui até a porta e destranquei. Girei a maçaneta e abri a porta devagar, olhando para ele como uma criança que está sendo pega no flagra fazendo alguma traquinagem. Noah desviou o olhar para o tapete com as garrafas vazias e soltou um suspiro cansado, como se tivesse que limpar alguma bagunça.

— Bebeu sozinha? — perguntou.

— Óbvio que não. — franzi o cenho. — E eu nem bebi tanto.

— Sua voz está arrastada, suas bochechas estão vermelhas e seu olhar está preguiçoso.

— Mas eu estou bem.

Ignorando o que eu disse, ele entrou sem que eu convidasse e já foi pegando as garrafas do chão. O acompanhei quando ele foi até a cozinha e descartou tudo no lixo. Quando começou a abrir as portas do armário, eu protestei.

— Não preciso da sua banana.

Ele olhou para trás por cima do ombro com a sobrancelha erguida. Demorei um segundo para compreender o duplo sentido do que eu disse.

Call Me When You Want ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora