Call Me When You Want ⁿᵒᵃⁿʸ

44 - Fique comigo.

🖇 | ANY G

Fui até a Dreams in Letters e subi diretamente para o setor administrativo. Fui avisada que deveria ir até a sala do diretor editorial e abri um grande sorriso quando abri a porta e vi o Noah sentado atrás da mesa. Estava muito feliz por ele e era bom poder parabeniza-lo pessoalmente.

— Olá, Soares! — sorriu para mim.

— Oi, Urrea! — eu ri. — Isso aconteceu mesmo! — falei animada olhando ao redor. — E essa sala é muito maior que a outra.

— E melhor também. — ele levantou e caminhou até estar na frente da mesa, encostando-se na borda dela. — As vidraças são maiores, vão do chão ao teto e tem uma varanda enorme. — apontou para trás de si por cima do ombro. — Tem uma poltrona para massagem. — apontou para a poltrona preta atrás de mim. — O banheiro também é maior e tem até chuveiro. Ótimo para os dias quentes em que não dá pra ir pra casa. A sala também tem uma climatização maior, podendo esfriar ou aquecer, além de ser a prova de som, então não dá pra ouvir barulho nenhum. E aquela TV enorme com um Xbox... — suspirou. — Eu moraria nessa sala.

— Estou muito feliz por você, Noah. — sorri. — Isso é incrível, você merece muito. — quando ele sorriu, eu continuei. — Deduzo que estou aqui por causa do cargo de editor chefe. Bom, antes de mais nada, eu gostaria que soubesse que só vou aceitar se a proposta for melhor do que a que a Red Fire me ofereceu. Não que eu esteja sendo gananciosa, eu só acho que não é inteligente escolher algo menor do que aquilo que eu já tenho em mãos.

— E você está certa.

— Que bom que pensa assim. — fiquei aliviada. — Bom, com eles eu tenho garantia de moradia e um salário bem gordo. Teremos que negociar algo desse tipo. Você entende o tipo de coisa que se espera quando a gente trabalha bastante pra crescer. Olha onde você está agora. — indiquei a sala.

— Não trabalhei tanto assim pra ser promovido em tão pouco tempo.

— Que bobagem, você fez mais nesse pouco tempo do que qualquer outro.

— Ainda assim, não sinto que finalizei o que precisava. Por isso, eu recusei o cargo. — revelou.

— Recusou? — fiquei confusa e um tanto chocada. — Mas essa sala é incrível.

— Não se trata da sala, Any. — riu. — Alguém muito mais experiente fará um trabalho melhor.

— Então você ainda vai ser o editor chefe? — franzi a testa.

— Sim.

— E eu não estou aqui para você me oferecer o cargo de editora chefe?

— Não.

— Então, por que... — parei de falar quando ele arqueou a sobrancelha e abriu um sorriso sugestivo.

Olhei de novo ao redor para toda aquela sala maravilhosa e comecei a sentir a minha respiração acelerar. Nem em um milhão de anos eu pensaria em algo assim.

— Soares... — Noah se aproximou parando a poucos centímetros de mim. — Tive uma longa reunião com os nossos superiores onde debatemos a melhor maneira de organizar a nossa empresa. Eu apresentei o que seria melhor na minha opinião. Apresentei você, seus feitos, seu trabalho, sua entrega. Não foi difícil fazê-los ver que você é uma opção melhor do que eu.

— Ai, meu Deus... — murmurei.

— O que acha de ter o seu nome naquela porta? — apontou para a saída.

— Eu... — ofeguei. — Diretora editorial? Eu? Agora?

— Sim. — sorriu. — Você aceita?

Fui até uma das cadeiras e sentei com a mão sobre o peito enquanto respirava fundo. Eu estava me preparando para outro cenário, um bem mais simples do que aquele. Eu me imaginava subindo de novo em apenas alguns anos, uns cinco no mínimo. Agora era como se eu estivesse em um jogo de tabuleiro e alguém me oferecesse a chance de pular uma casa.