15 - Sim, a culpa é dele.

214 21 0
                                    

🖇 | ANY G.

Depois de um resultado de gravidez negativo como tinha que ser, deixaram que eu falasse com um médico. Ele repetiu as mesmas perguntas, mas dessa vez eu tinha uma resposta diferente para a última.

— Vem passando por situações de estresse com frequência?

— Sim. — não precisei olhar para Noah para saber que ele estava me encarando. — O trabalho está tirando o meu juízo.

— Quando teve a queda brusca de pressão, o que estava fazendo?

— Discutindo com o meu chefe. — falei como se o próprio não estivesse sentado ao meu lado.

— Bom, sendo assim a teoria de que isso tudo seja emocional é a mais forte. Para termos certeza, vou passar alguns exames gerais. — começou a anotar. — Enquanto isso, peço que diminua o ritmo, tente relaxar por alguns dias, evite situações de estresse e se possível mude hábitos que sejam desagradáveis.

— Ela também não tem se alimentado bem. — Noah disse.

— Como você poderia saber? — o olhei de relance.

— Eu estou mentindo? — retrucou.

— Não. Mas não acho que isso seja uma razão.

— Como é a sua dieta? — o médico questionou, porque é claro que aquilo seria levado a sério.

Conversamos sobre as coisas que eu como e ele disse que realmente não era o suficiente e sugeriu me encaminhar para um nutricionista. Menti dizendo que já conhecia alguém de confiança e que procuraria em breve, mas não teria tempo para isso e podia mudar alguns hábitos sozinha.

Noah e eu saímos do hospital com a lista dos exames que eu teria que fazer e uma receita de um remédio para enjôos que eu deveria tomar apenas se sentisse algum. Ele ficou quieto no caminho até o seu carro e eu achei super estranho. Estava com o rosto sério e o olhar distante, um pouco pensativo e preocupado. O observei enquanto dirigia ficando curiosa para perguntar se ele estava bem, mas eu não devia me importar com o estado de espírito dele.

Notei que estávamos indo por um caminho diferente e finalmente abri a boca para dizer alguma coisa.

— Não é o caminho para a empresa.

— Estamos indo para a sua casa.

— O que? Por que?

— Não precisa mais trabalhar hoje e nem no resto da semana. Vou te dar folga para diminuir o ritmo.

— Quando ele disse diminuir o ritmo, não quis dizer que era para eu parar de trabalhar. É só eu não te ver por uma semana que já fico na mais plena paz. — fui sarcástica.

Ele me olhou de canto por um instante, mas depois voltou a sua atenção para a estrada.

— Eu prefiro que você faça uma pausa. — falou.

— Está tentando me chutar, Noah? Quer se reunir com o Joseph e tomar decisões sem mim? — o olhei com desconfiança.

— Adiaremos a reunião para a semana que vem quando você estiver de volta. Não vamos tomar decisões sem você. — seu tom de voz era calmo e gentil.

Era estranho ver ele sendo legal. Ele até tentou seguir assim nos primeiros dias de trabalho, mas logo se rendeu às provocações e eu não achei que ele voltaria a bancar o bom chefe. Talvez saber que o estresse que ele me causava era responsável por me fazer sentir mal tenha despertado a sua empatia.

Chegamos ao meu prédio e subimos ao meu andar.

— Você podia só ter me deixado na portaria. — falei quando entramos.

Call Me When You Want ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora