Epílogo - O melhor ano da minha vida.

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🖇 | ANY G

11 meses depois...

— Eu já disse que não vamos fazer desse jeito, Urrea! — gritei pela terceira vez em um intervalo de cinco minutos. A cada repetição, meu tom de voz subia junto com a irritação.

— Creio que o seu senso geográfico esteja bem falho, Soares. É melhor seguirmos o meu plano. — como o bom teimoso que era, ele não desistiria de tentar provar o próprio ponto.

— Se eu sou a líder, então é o meu plano que devemos seguir. — retruquei.

— De quem foi a maldita ideia de te colocar na liderança? — bufou.

— Sua. A maldita ideia foi sua!

— Eu deveria ter adivinhado que você começaria com a tiraria um minuto depois.

— Talvez eu precise ser uma tirana quando você resolve ter uma ideia estúpida, Urrea. Alguém tem que dizer que isso é estúpido.

— Essa frase me traz lembranças. — Lamar, que era um dos quatro espectadores do impasse, riu ao comentar.

— Vocês vão demorar com isso? Eu tenho um encontro em vinte minutos. — Sabina soltou um suspiro alto.

— E eu preciso comprar alguns ingredientes para os docinhos do jantar. — Sofya foi a próxima a reclamar.

— Por mim eu jogaria isso na fogueira se vai causar tanto problema assim. — Alex sugeriu.

— Só estou tentando fazer o Noah entender que um evento pode ser exagerado em suas tradições, mas isso não significa que a gente precise agir como animais e organizar as coisas de qualquer jeito. — falei.

— Não é qualquer jeito, eu estou defendendo um ponto em que acredito. — Noah reafirmou. — Vai ficar melhor da minha maneira.

— Sua maneira é idiota e extravagante como uma perua dos anos oitenta. — o insultei sem saber realmente que tipo de insulto era aquele.

— Meu Deus, é só uma árvore de natal, foda-se onde ela vai ficar! — Lamar berrou bravo.

— Vamos jogar na fogueira. — Alex repetiu em um tom quase suplicante.

— Não pode ficar em qualquer lugar, a árvore é a estrela da época. — eu disse.

— Achei que a estrela fosse Jesus. — Sofya franziu a testa.

— De qualquer forma... — balancei a cabeça para voltar ao assunto principal. — Colocar a árvore ao lado da porta é um erro. Imagina a maior decoração bem na sua cara quando você entra na sala?

— É a parte mais importante da decoração, precisa estar em um lugar principal. — Noah insistiu.

— Sim, de frente para a porta, no fundo na sala! — bati o pé. Não estava disposta a ceder.

Noah e eu nos encarávamos como se fôssemos pular em cima um do outro a qualquer momento.

— Gente... — Sabina resmungou. — Que tal uma terceira opção? No canto contrário, à esquerda perto da entrada da cozinha. Vai estar na diagonal em relação à porta. Ainda vai ser a primeira coisa que vamos ver, mas vai ornar como se a árvore estivesse assistindo tudo o que acontece no cômodo.

O silêncio desceu sobre o apartamento. Noah e eu nos entreolhamos de esguelha e estávamos pensativos. Aceitar o palpite de uma terceira pessoa parecia melhor do que continuar aquilo ou simplesmente aceitar o dele. Não porque a ideia dele fosse tão ruim assim, mas porque ele insistiu que era melhor que a minha. E Noah e eu nunca cedíamos em uma discussão.

Call Me When You Want ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora