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METRALHA

- bom dia, amor - sinto um toque húmido na minha boca, abro os olhos e vejo aquela infeliz da Déborah.

Essa mina aí é aquelas que chamam da minha "fiel" mas nos não somos nada, ela simplesmente transou comigo uma vez e explanou pra comunidade inteira que estávamos namorando, agora ela acha que pode fazer qualquer coisa aqui dentro, pois ela tá muito enganada. Outro dia comprou a porra de uma moto no meu nome! Eu fiquei tão puto que estracalhei aquela merda no tiro, já fiz de tudo pra ela se tocar que não é nada minha, mas essa puta vive insistindo, que pica de mel é essa que ela acha que eu tenho?

E ainda teve aquele turista do caralho, o desgraçado me afronta na minha quebrada e acha que vai ser assim. Fui inventar de dar um susto nele, e parece que só ficou mais afrontoso ainda! E ainda a louca da Valéria trancou ele no meu quarto.
A Valéria sempre foi assim, não pode vim um macho aqui dentro que ela tenta jogar pra cima de mim, ela sempre achou que eu fosse viado, mas eu sou homem porra! Eu gosto de buceta, de teta, macho pra mim só serve pra trabalhar na quebrada.

Se ele se meter comigo de novo, eu mando ele de volta pro nordeste dentro de um caixão, só poupei o menor por causa da malva, aquela mulher me ajudou muito na época da miséria.

Mas tenho que admitir, tem umas coxa do caralho.

Mas não entendi quase porra nenhuma que ele falava.

- já falei que não quero ninguém me beijando porra, eu não beijo puta - digo seco e vou direto pro banheiro, tenho um juramento sagrado de nunca beijar ninguém, a não ser que seja de verdade. Mas nos tinha tido uma noite daquelas depois do muleque ter ido embora, tava precisando esfriar a cabeça de cima e esquentar a de baixo.

Entro no chuveiro pra tirar aquela inhaca que ela me deixou e olho pra cima da estante.
O filho da puta usou meus produtos, desgraçado. E ainda tem a minha camisa que deixei com ele, puta que pariu. Mas não podia deixar ele sair pelado, não gosto dessa falta de vergonha.

Vou ver a dona Malva e pego a minha camisa, mas se não tiver lavada eu arrasto a cara daquele nordestino no tapete de cimento.

Tomo meu banho e saio do banheiro de toalha, a puta da Déborah me olhava com aquele sorriso de prostituta dela. Ela sempre foi assim, rodada, ciumenta, invejosa, interesseira. Não pode ver um cara com dinheiro que já se joga em cima, chega até a ser irritante.

Hoje eu e meus parça ia fazer uns corre na favela, também ia mandar o Galo pegar as mercadoria que tava acabando, mas o desgraçado foi inventar de cheirar logo hoje e tava vendo dinossauro no telhado. Odeio viciado, puta merda
Mas da verdinha eu gosto.

- acorda pra cuspir vagabundo - dou 3 tapa forte na cabeça do 06 pra acordar o safado, tava numa ressaca do caralho.

- QUE? HUM? - ele acorda assustado com os olhos vermelhos

- o Galo tá chapadão, resolveu dar uma cheirada logo hoje porra, agora tu que vai buscar a mercadoria, tá ligado? - ele levanta pondo a mão na cabeça.

- filho da puta, não sabe parar a porra da venta - ele levanta e bebe um pouco de água - quem era aquele maluco que tava pelado no teu quarto ontem? - olho pra ele com a testa franzida, bicho fofoqueiro da porra.

- foi a dona Valéria, queria só dar um susto no maluco, tive que mandar ele pra cá por causa da invasão, e a coroa enfiou ele no meu quarto, ainda mandou tomar banho no meu banheiro. - ele me olha atento.

- porra, aí é foda. Mas ele tem um coxão do caralho, tu viu? Chega roçava uma na outra - olho pra ele com uma expressão seria.

- sei dessas parada não irmão. - me senti desconfortável ao ver ele falando do Nordestino daquele jeito.

O dono do morro e a luz da serra (Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora