Eu posso entrar lá?

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Jungkook e eu passamos o sábado inteiro assistindo a videoclipes de músicas famosas, especialmente as da Katy Perry – porque ele se apaixonou perdidamente por ela e a queria para pegar seu cobertor.

Eu dei muita risada, como não fazia há muito tempo. Eu sequer me lembrava como parecia ter um dia tão leve e tão gostoso ao lado de outra pessoa. Alguém que não estava me cobrando de absolutamente nada além da minha companhia. E eu vibrei em felicidade.

No horário do almoço, ele ficou sentado à mesa e desenhou enquanto eu cozinhava muita comida para nós dois. Ele parecia atento aos meus movimentos e mais ainda ao lápis que segurava com tanto cuidado e precisão. Quando servi a comida, ele me mostrou o seu esboço e disse que tinha feito alguns rabiscos.

Rabiscos, esses, que se tratavam da minha cozinha pouco detalhada e a minha pessoa extremamente rica em detalhes. Tanto é, que parecia um retrato. E aquilo era só um rabisco?

"Não deu tempo de fazer um cenário melhor, mas o que importa é você." Foi o que ele me disse, mexendo indescritivelmente com meu coração carente e bobão. Poxa vida, ele desenha muito bem, e quase me fez chorar ao me entregar aquela folha. Ele ainda afirmou que terminaria a cozinha depois do almoço e me daria a versão final assim que esta estivesse pronta.

Depois disso, eu o fiz comer o quanto o parecesse suficiente, garantindo que ele me dissesse que estava se sentindo satisfeito, sem uma célula de fome que pudesse permanecer em seu corpo. Foi engraçado vê-lo com a barriga levemente inchada pela quantidade de comida e ainda mais quando ele reclamou que tinha comido o suficiente por uma vida inteira.

Após o almoço, voltamos para a sala e ele começou a sentir um pouquinho de frio, então se aconchegou sob a mantinha comigo no sofá e ficou com seu corpo próximo ao meu, sua mão segurando a minha pelo seu medo com a televisão – ainda pensando que ela podia ser radioativa ou algo do tipo.

No final do dia, ele permaneceu assistindo vídeos enquanto eu tomava meu banho e ele tomou seu próprio logo depois. E na hora de dormir... bem, dormimos juntos no meu quarto de novo e ele não pareceu se importar em se deitar no colchão repousado no chão.

Agora já é madrugada, e o motivo de eu ter me acordado foi o jeito incessante de Jungkook se mexer sem parar em seu colchão. Devido ao seu calor absurdo e sua falta de costume com a temperatura do meu planeta, eu deixei apenas uma coberta fina com ele. Agora, no entanto, ele está trêmulo e nitidamente é de frio.

— Jungkookie... — Acabo usando um apelido ao me levantar da cama, buscando uma coberta mais quente para o cobrir.

Ele continua tremendo, mas pela pouca luz natural da rua que adentra o quarto, eu consigo ver que ele me observa, sonolento. Ele parece simplesmente perdido, como um bichinho que caiu do caminhão de mudança, e a cena parte meu coração.

Com isso, pego um cobertor grosso e me aproximo mais dele, não demorando para colocar por cima de seu corpo, prender sob seus pés e abaixo de suas costas, e garantir que ele esteja envelopado o suficiente contra o rigoroso inverno sul-coreano.

— Você quer se deitar na cama? — Ofereço, me sentando ao seu lado para deixar uma carícia em seus cabelos. — Ou quer um pijama mais grosso?

— Você pode só ficar aqui um pouco? — Me pede, olhando-me com os olhos pequenos de tanto sono. — Seu calor é bom.

Um sorriso me escapa conforme eu concordo com a cabeça e o permito se aconchegar melhor em mim. Ele deita a cabeça ao lado da minha coxa e abraça minhas pernas, se aninhando feito um grande bebê contra meu corpo.

Ao se aninhar tão bem, ele não demora para pegar no sono outra vez. E eu, mesmo em uma posição um pouco torta, pegando frio nas costas, não consigo sair do seu lado. O meu desejo é garantir que ele tenha um bom sono e que consiga descansar, agora aquecido e protegido em meus braços.

As Estrelas de Saturno | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora