As Estrelas de Saturno | jjk + pjm

Peixinho rima com beijinho

Jungkook é mais afoito que qualquer criança que eu já tenha conhecido. Desde o instante em que o disse que entraríamos em um aquário cheio de peixes coloridos, ele não para quieto, dá pulinhos de tempos em tempos e esmaga minhas bochechas para dizer o quão feliz está.

Em um desses momentos em que aperta os dois lados do meu rosto, ele beija o bico que se forma em minha boca e ri todo faceiro.

— Peixinho rima com beijinho, Ji. — Ele diz, me roubando beijinho atrás de beijinho, lindo demais.

Por isso, eu aceito a sua euforia e sua animação e retribuo todos os beijos e abraços e até os gritinhos dele. É fofo, no fim das contas, e eu o acho ainda mais lindo por ser tão espontâneo e tão precioso quanto só ele é capaz de ser. Jungkook talvez seja o amor da minha vida, e me assusta pensar que logo eu precisarei aceitar que não podemos ficar juntos. A cada dia essa sensação me sufoca mais, porque me sinto mais apaixonado e o amando lentamente, mas sei que não posso, sei que seria egoísmo exigir que ele permanecesse ao meu lado ou me oferecer para ir junto.

Ele tem uma vida em Saturno, e eu tenho uma vida na Terra.

Conforme vestimos as roupas de banho, Jungkook fica um pouco constrangido por estar quase nu em minha frente, mas logo eu o tranquilizo quando fico do mesmo modo e o mostro que não há motivo algum para que ele tenha qualquer tipo de receio. Estamos juntos nessa e não há malícia alguma com a nossa falta de vestimenta, ele não precisa se sentir mal ou acuado com isso.

Depois de devidamente prontos, seguimos os instrutores e logo mergulhamos no enorme tanque. Jungkook se mostra ainda mais afoito, animado com cada mínimo detalhe. O mundo aquático e colorido é incrível, eu me apaixono por tudo e mais ainda por ele, que está tão feliz. Saber que proporcionei essa felicidade com algo tão simples me deixa fascinado. É inexplicável. É único. É incrível.

— Podemos tirar uma foto? — Jungkook pergunta para um dos instrutores, que está sentado na beira do aquário. Ele prontamente concorda e pega um celular. — Vem, Ji.

Quando me aproximo dele, Jungkook segura meu rosto e me rouba um selinho. Eu fico com um sorriso tão bobo na boca, que trocamos selares e risos enquanto sei que estamos sendo fotografados, até porque eu quero guardar todas essas imagens em minha mente, meu celular e até um álbum físico pelo resto da minha vida. Jungkook é meu planeta favorito e eu resido nele com todo amor que posso.

Após nossa sessão de beijos, muitas fotos e peixinhos coloridos – como Jungkook gostou de dizer – nós saímos para almoçar. Optamos por um lanche gorduroso que encontramos perto do aquário, porque ao menos hoje podemos nos dar ao luxo de comprar pronto e de não ser saudável. Além de que um Jungkook faceiro por conta de batatas fritas é tudo que eu precisava para recarregar as minhas energias por inteiro.

Ele tem sido a minha maior fonte de serotonina, tenho medo de perder isso e não encontrar outro meio quando ele decidir que é hora de me dizer adeus. Algo em mim insiste em me afirmar que ele não vai voltar para me visitar, e que o que conseguir de experiência comigo será utilizado nos braços de outra pessoa. E pensar nisso também é incômodo e também dói muito, mas não há muito que possa ser feito por mim.

A decisão é dele, totalmente dele.

— Hoje foi mais um dia muito feliz, Ji. — Jungkook ri ao dizer, com a boca cheia de batatas. — E essa é a segunda coisa mais gostosa que eu já provei.

— Qual a primeira? — Entro na sua, também comendo meu lanche.

Talvez eu tenha exagerado em pegar o maior, cheio de bacon e cheddar, mas é uma delícia e não posso me impedir de aproveitar.