Eu não gosto do jeito que me sinto agora, como se algo em mim estivesse incompleto. Tudo porque eu deixei Jungkook sozinho em casa e eu odeio essa sensação incômoda que aperta meu coração agora. Acho que me apeguei do pior modo que eu poderia.
Porque sim, eu sou carente, e sim, ele também é. E agora meu peito está apertado por saber que ele vai ficar o dia inteiro na frente da televisão, acompanhado unicamente da própria companhia e sem a minha presença. Isso dói muito, sinceramente.
Quando chego na hora do almoço, acabo pensando se ele esquentou a comida como eu o ensinei ou se está passando algum trabalho. Será que ele tomou banho? Será que ele está com frio? Será que ele está se sentindo sozinho?
Poxa vida, essa preocupação não vai passar até que eu obtenha todas as respostas das quais preciso. Ou seja, quando eu estiver em casa junto a ele.
Por conta dessa tristeza que me acometeu ao longo do dia, eu cheguei em casa mais rápido do que normalmente faria. Eu não queria deixar Jungkook sozinho por mais tempo e arriscar que ele se sentisse mal ou passasse algum trabalho desnecessário.
Quando chego, meu coração se aperta e vira minúsculo apenas de ver um bebê grande e encolhido no sofá. A televisão está desligada, seu corpo envolvido por minha mantinha colorida, e seus olhos estão cheios de lágrimas.
— Oh, meu bem, o que houve? — Pergunto assim que deixo minhas coisas sobre a bancada, quase correndo em sua direção. E seu biquinho dolorido me dá vontade de chorar.
— Me cuida, Ji. — Ele pede todo dengosinho, quebrando meu coração ainda mais.
Por isso, o abraço e o deixo se escorar em meu peito, de modo que ficamos agarrados, inteiramente grudados. Seu cheiro é do sabonete que separei apenas para ele, tem cheiro de baunilha e agora parece o meu favorito do mundo, especialmente o cheiro forte que exala de seus cabelos loiros.
Eu o acaricio com cuidado e vejo que uma lágrima solitária escorre por sua bochecha.
— Você comeu, Jungkookie? — Escolho perguntar. Mas ele nega com a cabeça. — Por que não?
— Hoje foi o pior dia da minha vida. — Ele murmura e se vira até que se deite por cima de mim como se fosse o ser mais leve de todos e não me incomodasse em nada. — Eu não posso ficar sozinho, Ji, não me deixa mais sozinho.
Quando ele praticamente se desespera em meus braços, me sinto prestes a chorar junto a ele e penso que sou pequeno perto do sentimento que ele me causa, especialmente agora, me agarrando desse jeito.
— Não posso prometer que vou ficar aqui para sempre, Jungkookie, eu preciso trabalhar. — Tento dizer, mas ele me aperta mais e mais.
E o doloroso, é que isso continua a se repetir ao longo da semana, por todos os dias, onde Jungkook se desespera e chora por precisar ficar longe de mim. E eu notei o seu apego crescer, notei que ele não se alimentou direito por todos esses dias e que eu precisei fazer uma refeição reforçada e completa todas as noites e todas as manhãs para ele.
Agora é sábado de madrugada e ele está encolhido no colchão no chão, mas novamente não consegue dormir porque tem medo de acordar e não me ver aqui, como ontem, que eu decidi sair mais cedo para poder chegar mais cedo e ficar com ele.
— Jungkookie... — O chamo do jeito que aprendi amar, notando a maneira que ele se encolhe ainda mais. — Vou passar o dia inteiro em casa.
— Não vai não.
Quando o vejo com os olhos cheios de lágrimas, levanto minhas próprias cobertas e o chamo:
— Deita aqui comigo, vem.
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As Estrelas de Saturno | jjk + pjm
FanfictionPark Jimin levava uma vida monótona, baseada em seu trabalho cansativo ao longo do dia e séries tediosas todas as noites. Não gostava de conviver com outras pessoas, não tinha amigos e raramente saía com seus colegas. Ele não gostava da vida que tin...