Aventuras Extraescolares

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E por onde anda Bianca?

Caminhando nos pátios de muvuca e tédio

lançando olhares desatentos ao relógio do mundo

a garota desgraçada da sala ao lado entra em seu domínio

quem disse que humano não é selvagem e sanguinário?

a que felino da natureza as duas garotas se parecem tanto?

marcando com saliva e urina o seu território

desde quando ser humano é gente?

sorrir, planejar e se matar não o torna imorrível

não preciso de seu rochoso membro carente

e muito menos de seu imundo e alargado orifício

deixo que brinquem com seus motivos de plástico

tesão, ganância e desejo pela fama maldita

E se espelha em seus vilões

porque seus heróis jazem no esquecimento

Quem lembra de um benfeitor

quando a face recordável é sempre do ódio?

Este é, enfim, o absurdo de tudo

querer dar significado a espiral aleatória da vida

Como aqueles que crêem em um divino

quando vivem de privilégios e são cegos voluntários

aos miseráveis, esfomeados e violentados

E o divino permite, este é enfim o absurdo

Este é um mundo onde a narrativa imoral é censurada

Mas a imoralidade da realidade é permitida

E por onde anda Bianca, agora?

Alguém realmente se importa com a atrevida?

Onde é a tal escola? Deportaram o argentino?

Pouco me importam os fatos, tudo o que é bom é imoral

E aqueles que discordam, na verdade concordam

Todos querem ver sangue e sujeira

E que sujeira, hein, Bianca?

Mas queimaram sua mente diabolicamente criativa

E pouco deram pela sua mente perturbada

A culpa é da menor que fantasia com o ato?

Ou do culpado que gerou o seu conteúdo?

E a imoral garota continua vivendo

E ainda haverá mais desse absurdo

Absurdo!Onde histórias criam vida. Descubra agora