Verde-Mato

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Tá começando a crescer o Matagal

na porta do meu quintal

Enchendo de Grilos, Pulgões e Gafanhotos

Louva-a-deus e um Quetzal

Comprei um soldadinho de brinquedo

de plástico Verde, em camuflagem

Larguei ele naquela lambança

e deixei ele agir em minha vontade

Ele aparou a Grama com seu facão

Matou Cigarras e Lagartas com seu fuzil

Assustou Sapos intrusos aos berros urrados

Assaltou ralos inclusos com passos rajados

Me foi tão útil quanto meus Dólares são

E foi então que meu soldadinho pirou

cortando os Repolhos da horta

sugando néctar dos Trevos do meu canteiro

Disparou em borboletas por diversão

Montou em caracóis por emoção

Queimou a Cerca Viva sem razão

Era hora de dar um basta

mudei pra um apartamento na capital

pois quem precisa de um quintal?

E o soldadinho, que fim levou?

gritou: "Espaço, a fronteira final!"

até que o carteiro lá chegou

pisou de mal jeito e ao soldadinho matou

E o plástico Verde, aquele plástico Verde

entrou pelo esgoto, boiou pelo mar

sufocou uma Tartaruga durante o jantar





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