Carta ao príncipe Satanás

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Oh, Satanás, tu fois tão belo um dia

A estrela da manhã, brilhante tu resplandescia 

Aos montes do paraíso tu ascendia

Com Jesus, seus anjos e companhia

Preferiu seis mil anos de reinado barato

Pra, no fim, no lago de fogo ser queimado

E por uma eternidade inteira, Satanás

Valeu a pena pra você? não quer mesmo voltar atrás?

Satanás, como você é burro

Escolheu ser príncipe da gente mais fútil

Sequer reconhecemos tu como príncipe

Nós, a humanidade, seu maior álibi

De fato, a maioria lhe odeia 

E nem na maldade ganha seu crédito

Hitler, Napoleão, Judas recebem o mérito

Seus chifres vermelhos são de bode, isso é

De bode expiatório, para os não ficcionais

Como você é imbecil, meu querido Satanás

Tem milhares de anos e a sabedoria de um catador?

Ou é sua sabedoria como a do seu autor?

O mesmo que escreveu esta ficção má contada?

Querem mesmo que eu creia nesse conto de fada

no qual tu, o vilão, troca a eternidade por um reino invisível?

E quanto a Deus? permitiu, por motivo risível

Porque ele é exatamente igual a você, Satanás

Ambos observam o homem e o seu mal

E ambos não causam e menos ainda impedem

E ambos são iguais aos homens - sua falsa herança

pois foram ambos inventados à sua imagem e semelhança.

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