Setenta porcento de você, sobe aos céus a toda hora
Condensa e desaba com o abrir das comportas lá fora
rega o mundo, torna-se árvore, arbusto, abelha, poraquê
E um dia minha língua toca, em setenta por cento de você
Será que você é o mesmo da década passada, dos anos passados?
Seus componentes tão complexos são constantemente trocados
Aqueles setenta porcento que foram seus agora é dos pomares
Das frutas, peixes, lagos, nuvens, rios e mares
e os outro trinta que eram seus, estão debaixo dos destroços
ou entre os meus dentes, dentre os meus ossos, nos ventres nossos
Se seu corpo é volúvel, se seu corpo é volátil
sua pele é solúvel, sua existência é tão frágil
O que o torna você, afinal? Memórias, ou o eu tátil?
E o que é você, em toda essa sua grandeza?
A verdade é: jamais foi você, sempre foi natureza
O que formou a sua criança, não é mais a sua adultidade
Sete cópias de você são usadas até a fatalidade
E o que resta, a energia, que flue pela eternidade
VOCÊ ESTÁ LENDO
Absurdo!
Hài hước"Trago a solução para a fome: que sejam arrancados os vossos estômagos". Aqui se encontrará compilados de textos absurdos sobre a absurdez de tudo o que é absurdo. E ao mesmo tempo vai abrir com uma crítica a um certo site que censura narrativas cri...