- Hoje vai ter festa, Liv, se arrume - Sun diz em tom mandão.
- Como é que é?
- Festa hoje - Ela diz óbvia.
- Onde isso, Sun?
- O pai do primo do Jay é dono de uma boate, e aí o primo dele convidou quase a faculdade inteira e o Jay. Ele reservou a boate inteira pra gente.
- A gente? Nós não somos da faculdade - Digo e Sun rola os olhos.
- Mas eu sou namorada do Jay, e tenho amigos que amam festas, ou seja, nós vamos.
- Eu vou ficar em casa, ok? Hoje é sábado e eu só quero descansar um pouco.
- Vamos, Olivia, vai ser bom. Quem sabe você não encontre sua alma gêmea lá?
- Acho difícil - Me viro pro lado da cama.
- Olivia, se arruma.
- Eu não vou.
[...]
- Por que você me trouxe aqui, hein? - Digo em tom exausto. A boate estava cheia de pessoas, a maioria bêbados ou loucos.
- Vamos beber - Ela me puxa.
Paramos no bar, e o barman logo veio nos atender. Sun pediu alguma coisa lá que eu não fazia a mínima ideia do que era, e depois eles olharam pra mim.
- Er... eu vou querer... - Olho o cardápio - Não tem suco, né?
- Você vem a uma boate pra pedir suco? - Ela perguntou em um tom indignado.
- Eu quero algo que não seja tão forte, por favor - Digo e o barmen assente.
- Sua vida era pior do que eu pensei, Liv - Acabo rindo.
- Eu nunca bebi nada alcoólico - Digo baixo.
- Vou fazer você virar gente - Ela diz em tom ameaçador - Olha o Jay ali, se importa se eu for ir falar com ele?
- Não, vai lá - Digo.
O barmen chega com nossas bebidas, Sun pega a dela e sai. Eu olho fixamente para a minha e tento imaginar o que isso me causará mais tarde.
- Fica tranquila, é a mais fraquinha que tem - O homem diz - Se quiser a eu posso colocar um pouco de Sprite pra dá um sabor melhor.
- Não precisa, vai assim mesmo - Falo e suspiro.
Pego a bebida em mãos e sem mais delongas, viro o conteúdo vermelho na boca, sentindo minha garganta queimar um pouco. Meu peito também foi queimado pela bebida, me fazendo questionar se aquilo realmente era o mais fraco que tinha. Porém, era bom. Muito bom.
- Quer mais? - Assinto.
- Por favor.
Vejo ele fazendo a bebida ali mesmo em minha frente, e sem demorar nada ele me entrega.
Faço o mesmo esquema e viro de vez na boca, sentindo aquela sensação boa de novo. Isso fez eu querer beber mais uns 10 daquilo, porém eu sou uma pessoa consciente.
- Mais uma - Digo baixo - Por favor.
- Vai com calma, hein.
- Eu sou a pessoa mais calma que existe - Lhe respondo - Mas isso realmente é uma das melhores coisas que eu já provei.
- É comum que gostem bastante desse quando não se é muito chegado a álcool.
- Ah, eu nunca tinha bebido - Eu dou de ombros - Quer saber, qual o mais forte que tem aí?
- Vodka - Alega.
- Quero essa aí mesmo - Digo e ele dá de ombros.
Olho em volta vendo algumas pessoas claramente alcoolizadas, inclusive alguns amigos da azulada. Porém, ela não estava ali. E por algum motivo, eu estava minimamente ansiosa para vê-la hoje.
Por mais que Billie seja uma pessoa muito briguenta, ela era muito misteriosa. Isso, de certa forma, me dava uma certa curiosidade para saber sobre ela.
Seu namorado estava aqui na festa, não parecia estar dando sua falta. Ele parecia estar... solteiro.
Tinha algumas meninas perto dele, ele não parecia dar muita atenção a elas. Não por falta de interesse, mas talvez por superioridade.
- Aqui está - Saí do transe - Vai com calma - O barmen alerta.
- Fica tranquilo - Digo.
Pego a bebida em mãos e encaro ela por alguns segundos, antes de beber tudo de uma vez.
Definitivamente foi a pior decisão que eu já fiz hoje. Eu senti tudo queimando, minha garganta, meu peito, minha barriga. Pensei sentir minha cabeça girando por alguns segundos, fazendo eu abaixar ela e respirar fundo.
- Essa é uma reação comum? - Pergunto.
- Mais do que você imagina.
Me contento com sua resposta e fico calada, enquanto tentava não deixar minha visão turva.
- Vai querer mais alguma coisa?
- Acho que isso já foi o suficiente por um ano inteiro - Digo.
Pego o celular dentro da bolsa e checo se tem alguma mensagem, me surpreendendo ao ver a de minha mãe ali.
Desde que eu me mudei pra LA, ela nunca mais falou comigo. Não sei se ela se sente amargurada ou algo assim.
Mãe:
Oi Olivia
Não lembra mais que tem mãe?
Encarei a mensagem por um tempo, antes de começar a digitar.
You:
Oi mãe
Foi o que eu mandei, talvez fosse o suficiente. Eu sabia que se eu mandasse mais alguma coisa, minha mãe iria começar uma briga. Eu realmente não quero isso agora.
Guardei o celular de volta na bolsa novamente, e quando suspendi o olhar, pensei estar vendo coisas.
O garoto de cabelo colorido, namorado de Billie, estava beijando uma garota que parecia ser uma das líderes de torcida.
Sei que posso estar muito errada, pode ser efeito da bebida. Deve ser isso, eu tenho certeza. Ele não faria isso com ela na cara dura, né?
Me levantei do banco e andei até a direção contrária deles, na esperança de achar um banheiro. Entrei em um corredor um pouco escuro, iluminado apenas por algums LEDs coloridos.
Franzi o cenho ao ver uma escada que dava pra um lugar arejado, mas não pensei duas vezes antes de subir.
Era como um segundo andar, tinha algumas cadeiras de conforto e uma vista linda da cidade. Não havia ninguém lá em cima, e isso me fez pensar se eu poderia ter subido aqui.
- Buscando paz?
•
oii gnt.
demorou mas tá aqui, prometo não demorar muito com os outros capítulos.
se cuidem, hein? bebem água e se alimentem muito bem.
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Cinnamon - Billie Eilish
FanfictionHold me, love me, touch me, honey Be the first who ever did ©Liliistar