Cinnamon - Billie Eilish

Nervousness

Me assusto e olho para trás rapidamente, vendo a garota do cabelo azul (desbotado) sentada em uma cadeira de descanso. Por algum motivo eu não tinha reparado nela ali logo quando eu cheguei, talvez fosse o efeito da bebida.

- Imagino que você também - Digo e a mesma dá de ombros.

- Não gosta de coisas assim né?

Ando um pouco e me sento em uma das cadeiras perto dela, estendendo minhas perna.

- Coisas assim como?

- Festas, bebidas e essas coisas.

- Nunca tive muito contato na verdade - Digo - Bebi hoje pela primeira vez - A azulada arrgala os olhos - Mas e você? Por que não está com seus amigos lá embaixo?

- Não tô muito afim hoje - Ela encosta a cabeça e olho fixamente para cima.

Eu não disse mais nada, preferi ficar calada. Fiquei com medo de estar incomodando Billie de algum jeito, mas ela não parecia ligar muito para minha presença ali.

Peguei meu celular de dentro da bolsa e o liguei, vendo que minha mãe tinha respondido minha mensagem. Sei que provavelmente isso iria dar em uma discussão, e por isso eu ignorei e abri o chat com Maya.

Comecei a digitar uma mensagem pra ela mesmo sabendo que agora ela não estaria acordada, afinal, nunca vi alguém dormir tanto como Maya.

You:

Adivinha

Estou em uma festa

De novo

Uma boate

Bebi álcool

Orgulhosa?

Guardei meu celular novamente em minha bolsa, e virei meu rosto pra Billie. Ela parecia estar com os pensamentos a solta, não parecia estar no mundo real. Dava vontade de invadir sua mente só para saber o que se passava em sua cabeça.

De repente a imaginem de seu namorado beijando a garota veio em minha mente novamente. Não sei se eu deveria contar a ela, afinal realmente pode ter sido coisa da minha cabeça.

- Briguei com o Brandon - Ela começa - Meu namorado.

Então esse era o nome dele.

- Por que?

- Acho que eu fiz alguma coisa que ele não gostou, só não sei o que foi. Isso acontece sempre. Ele sempre tá bravo comigo - Ela diz normalmente.

- Você ama ele? - Perguntei.

- Eu namoro ele, Stewart - Ela diz óbvia.

- Ele ama você? - Ela franze o cenho novamente.

- Claro que sim.

- Você já conversou com ele?

- Você está agindo como se a gente se conhecesse desde sempre - Ela reclama.

Fico calada.

Aquilo obviamente não era normal. Foi o que eu pensei, um relacionamento não deveria ser assim. Eu pelo menos não a trataria desse jeito, nem com ela e nem com qualquer pessoa.

Por um momento pensei em como deveria ser um relacionamento com Billie, isso me deixou assustada. Não sei exatamente o porquê. Não conheço Billie e não sei sobre sua personalidade, sei o que ela demonstra às outras pessoas.

- Sabe - Começo - Uma vez eu li em um livro que falava algo como "Coisas boas sempre viram depois das ruins, não adianta o qual ruim seja. Sua felicidade vai chegar".

- E o que isso tem a ver?

- Se vocês se resolverem, ou se vocês terminarem, se você seguir sua vida, não sei. Qualquer coisa, mas sua felicidade vai chegar. Não vai ser assim pra sempre.

- Não viaja, Olivia, a gente não vai terminar - Ela diz - A gente vai se resolver, a gente sempre se resolve.

- E depois volta tudo de novo?

- Olha, isso não é da sua conta. Eu não tenho que ficar te contando o que há no meu relacionamento ou não - Ela diz de forma rude.

- Você que começou contando - Digo calma - Eu estava tentando ajudar, então talvez seja mais fácil você ir lá embaixo e ver seu namorado beijando outra menina.

- Você tá ficando maluca? - Ela se levanta e vem até minha cadeira - Quem você acha que é pra inventar uma coisa dessas? Tá se achando muito, Olivia, não esquece do que eu te disse.

- Vai lá conferir - Digo - Eu não tenho medo de você, Billie, outras pessoas podem ficar assustadas com você, mas pra mim você não passa de uma menina normal como qualquer outra.

Aquilo era verdade.

A única mentira era sobre o medo, porque nesse momento eu não sei de onde exatamente eu tirei voragem pra falar daquele jeito com ela.

- Não me provoca, garota - Ela pressiona meus braços na cadeira e os aperta fortemente - Você não sabe quem eu sou.

- Você está me machucando - Digo.

As unhas de Billie estavam praticamente cravadas em minha pele, fazendo com que a dor me causasse ardência nos olhos.

- Ah, eu estou?

- Me solta, Billie - Tento me soltar, mas ela me aperta mais.

Billie chega mais perto de mim, e dessa vez sinto suas unhas furarem a pele dos meus braços. Seu rosto está a milímetros de distância do meu, e seu olhar se encontra mortal. Eu estava sendo intimidada por ela, isso era fato.

Vi o momento exato em que Billie desceu seu olhar para meus lábios, o que fez com que meu coração se acelerasse, e instantaneamente eu descesse o meu olhar para os seus também.

Antes que eu pensasse em mais alguma coisa, Billie empurrou meus ombros contra a cadeira e se afastou de mim, sumindo da minha visão.

E aquela foi a primeira vez que eu senti um nervosismo estranho percorrer o meu corpo.

•

oii, voltei.

me desculpem caso tiver algum erro ortográfico, eu tô caindo de sono. mas enfim.

amanhã tem mais!!

se cuidem, beijo!