First day

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Me virei, vendo uma menina um pouco mais alta que eu, com cabelos azuis (bem bonitos por sinal) e um estilo um pouco despojado.

- Sou sim - Suspiro - Pode me ajudar? Onde fica a sala de biologia do segundo ano? - Coço a cabeça.

A garota sorri de maneira irônica e dispara:

- Tenho cara de guia turístico, por acaso? - Ela cruza os braços.

Não posso negar que fiquei surpresa pela forma que a mesma falou comigo, então... na cidade grande é assim? As pessoas são mal educadas?

- Qual o seu nome? - Seu tom saiu grosseiro.

- Se não é guia turístico, imagino que também não seja recepcionista - Digo e me viro, continuo a andar.

Eu senti seu olhar queimar em mim, o que estava me deixando meio aflita. Talvez eu não devesse falar com ela dessa forma, eu nem conheço ela. Tentei afastar esses pensamentos da minha mente, afinal, ela foi grosseira comigo primeiro.

- O que a senhorita está fazendo andando pela escola? Está em horário de aula - Um homem que parecia ser o inspetor, perguntou.

- Me desculpa, eu sou nova aqui. Estou procurando a sala de biologia do segundo ano - Digo tentando acalmar a minha respiração. Eu estava cansada.

- Oras sim. A sala fica bem ali - Ele aponta pra uma sala atrás dele, a direita - Se explicar que é nova, talvez deixem você entrar.

- Ok, muito obrigada - Sorrio de maneira gentil e vou até a sala onde ele informou.

Bato na porta e abro a mesma, pedindo licença e atraindo todos os olhares pra mim. Eu estava em um estado nervoso desconhecido por mim.

- Está atrasada! - A mulher que dava perto da lousa, falou.

- Me desculpe por isso. Eu sou nova aqui e estava procurando a sala.

- Olivia Stewart? - Assinto e controlo o rosto confuso pelo sobrenome. Ainda não me acostumei - Pode entrar, sente-se.

A aula passou de maneira rápida, e eu agradeci por isso. A segunda aula foi mais fácil de achar, eu tinha encontrado com ele no meio do caminho, e o mesmo me disse que ficava no andar de cima. E lá fui eu. Sendo uma das primeiras a chegar na sala, escolhi sentar no fundo. Eu estava recebendo muita atenção e aquilo estava me matando.

- Bom dia... - O professor começa. - Vejo que temos rostos novos - Ele analisa a sala - Espero que se acostumem, meu ensino é bem rigoroso. - Reviro os olhos - Por isso, já vou pedir que abram seus cadernos, vou passar um assunto pra vocês - Ele fala olhando no rosto de cada um - Ah! Para os mais novos, sou o Se-

A porta é aberta brutalmente pela mesma azulada do corredor. O professor lhe lança um olhar fuzilante, mas ela não parece se importar.

- Está atrasada, O'Connell - Ele afirma.

- Jura? Nem percebi. - Ela é irônica.

Ela se encaminhou até o fundo da sala, e foi aí que ela me viu. Me virei pra frente, tentando não ligar pelo fato de que ela está vindo em minha direção, e logo sinto sua mochila sendo jogada com força na carteira atrás de mim.

- Se chegar atrasado na próxima aula, não deixarei você entrar.

- Como se eu ligasse - Ouvi seu murmuro atrás de mim e neguei com a cabeça.

- Como eu ia dizendo...

Essa aula com certeza foi a mais entendiante. O fato mais bizarro é que ela passou de maneira lenta, o que fez com que minha ansiedade aumentasse. Eu sentia a todo tempo o olhar da azulada em mim, e de vez em quando, sentia um dos meus cachos serem puxados. Eu estava reunindo toda a paciência que eu tinha, porque aquilo estava sendo a coisa mais irritante do mundo.

Quando a aula acabou, agradeci a todos os seres espirituais existentes. Eu não aguentava mais. Guardei minhas coisas em minha mochila e saí de lá disparada, eu estava estranhamente me sentindo agoniada na presença da tal O'Connell.

Levei um susto quando senti meu corpo ser encurralado na parede, e senti um arrepio me percorrer ao ver o par de olhos azuis me encarando.

- Olha só novata - Ela começa - Você é nova, e por isso eu já vou te deixar avisada. Não ouse falar comigo daquela forma nunca mais, você não sabe quem eu sou. E pode acreditar, ninguém me desfiou até agora, não é você que vai. Olha bem o jeito que você fala ou age comigo... - Ela chega mais perto. - Eu posso fazer da sua vida um inferno.

Cinnamon - Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora