018. confissões saudáveis

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࿐ ࿔*: CONFISSÕES SAUDÁVEIS: * ࿔ ࿐ 


CAPÍTULO DEZOITO 

NAKORA 

Vários gritos de alegria podiam ser ouvidos em todo o clã. Isso assustou Nakora, que foi aconselhada a descansar depois do ocorrido no dia anterior. Não demorou muito para a garota perceber que estava deitada dentro do casulo de sua família, Kiri sentada ao lado dela, mexendo nas pulseiras que Tsireya havia presenteado sua família. 

Ela estava se sentindo muito melhor, mas também incapaz de lembrar o que realmente aconteceu, com ela ou com Kiri. Seu corpo ainda doía e as cicatrizes em seu braço direito não estavam cobertas, como normalmente estariam. Olhando para seu braço ferido e agarrando as bandagens que estavam ao seu lado, Kora então percebeu que seu segredo havia sido revelado, ela não poderia continuar escondendo de sua família, isso acabaria machucando a todos um pouco mais do que deveria. 

Assim que Kiri viu que sua irmã estava de pé, ela nem pensou duas vezes em envolver a mais velha em um abraço. Ela parecia que precisava disso. Afinal, o que quer que Kiri tenha passado, deixou suas memórias traumatizantes. Kora retribuiu o abraço, enterrando o rosto no ombro da irmã, buscando conforto em seu toque. 

"Estou tão feliz que você está bem." Ela soltou tremendo, passando a mão pelo rosto no processo. "Pensei por um momento que tínhamos perdido você." A mais nova admitiu, olhando para as mãos. 

"Não tão rápido", disse Nakora de forma convincente, tentando aliviar o clima. 

Ganhando uma risada de sua irmã, os olhos mais novos de repente se arregalaram, como se ela se lembrasse de algo, e ela rapidamente se levantou e saiu da cápsula, deixando Nakora estupefata com a reação repentina. Nakora não tinha ideia do que havia acontecido, ela foi deixada sozinha, assim, sem uma explicação razoável. Ela estava genuinamente confusa. 

Em um segundo, uma pessoa entrou na barraca, numa velocidade inimaginável, parando bem na frente da figura da menina. Assim que Nakora percebeu quem era a pessoa, a expressão de Nakora suavizou. Ela notou os olhos escuros, que ela nunca havia presenciado no rosto do menino, seu rosto inchado e sua figura vulnerável. Ela se sentiu tão preocupada. 

Assim que o menino se ajoelhou diante dela, seus olhos ficaram brilhantes, seu nariz escorrendo, sua expressão cansada aparecendo; ele simplesmente não conseguia conter as lágrimas. Nakora nunca o tinha visto chorar antes, nunca tão vulnerável. Ela não sabia que poderia ter um impacto como esse no menino Metkayina. Puxando-o para um abraço, o garoto enterrou o rosto no peito dela, não o soltando nem por um segundo. Nakora podia ouvir seus gritos e preocupações, e isso a quebrou. Então, em vez de falar, pois não sabia o que dizer, ela ouviu e o segurou com força até que ele se acalmasse. 

"Eu estava tão assustada." Essa foi a primeira frase que ele conseguiu resmungar, que ela poderia realmente entender o que ele estava dizendo. "Eu me senti tão dividido," Ele continuou, finalmente quebrando o abraço entre eles, mas mantendo as mãos nas dela. "Eu não poderia te proteger." Ele admitiu, uma visão saindo de sua boca. 

"Ao'nung," Nakora chamou sua atenção, apertando ainda mais sua mão, e olhando-o nos olhos, sinceramente. "Eu te vejo." 

Essa foi a primeira vez que ela disse isso para Ao'nung, o menino pego de surpresa, seus olhos vagando por suas expressões, olhando para suas mãos entrelaçadas e soltando um suspiro profundo. O menino respondeu segurando o rosto dela com as mãos e puxando-a para um beijo. Muito necessário para ambos. O beijo compartilhado transmitia segurança e conforto, era o que sentiam um pelo outro, isso não transparecia em palavras, mas em atos. 

"Te vejo, Kora" Dessa vez foi o menino quem fez o gesto, arrancando um sorriso da menina. 

Ao'nung, que ofereceu sua mão, e a garota a aceitou de bom grado, levou Nakora para fora, onde ela pôde ver por que todos estavam tão empolgados o tempo todo. A menina estava hipnotizada, não conseguia acreditar no que estava presenciando. Era tudo tão lindo; o Tulkun havia retornado. 

"Kora, você precisa conhecer meu irmão espiritual!" O menino reclamou excitado, correndo para a água, empurrando a menina junto com ele. Ela riu assim que o menino a empurrou na água, ganhando um sorriso brilhante dele. 

Demorou um pouco para finalmente encontrar o Tulkun certo, mas quando o fizeram, Nakora ficou hipnotizada em um nível totalmente diferente. Ele era tão bonito. Seus padrões eram tão coloridos e lindamente desenhados nele. Aonung agarrou o braço dela, para puxá-la para mais perto da criatura, que parecia gostar de sua companhia enquanto se aproximava da garota. 

"O nome dele é Nito." O menino reclamou enquanto acariciava a cabeça do Tulkun. Nakora sorriu ao ouvir o nome do animal, era lindo. Nakora estava amando como o garoto se mostrava delicado perto dela, isso a fazia se sentir confortável com ele. 

"Olá Nito!" Kora sussurrou para o Tulkun, acariciando-o entre os olhos. "Eu sou Nakora," Ela disse sorrindo para Nito que estava olhando diretamente para sua pequena figura em comparação com a dele. 

Aonung ficou encantado com a beleza de Nakora naquele momento. Ele amava como ela era corajosa o suficiente para abraçar suas cicatrizes, não tendo mais vergonha delas. Ele amava como ela era sempre tão gentil e cuidadosa. Como ela era tão aberta sobre seus sentimentos. Como ela era de tirar o fôlego. 

Ele não tinha mais vergonha de admitir. 

Ele estava se apaixonando por ela. 

E ele amou cada pedacinho disso. 


-------------> PALAVRA DE HONRA 

<-------- AVATAR: O CAMINHO DA ÁGUA

𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚 𝐝𝐞 𝐇𝐨𝐧𝐫𝐚 ➾ 𝐀𝐨𝐧𝐮𝐧𝐠 ♔Onde histórias criam vida. Descubra agora