𝕻𝖗𝖔́𝖑𝖔𝖌𝖔

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Descrição gráfica de sangue

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O misto insuportável de suor e lágrimas parecia corroer sua pele, enquanto o pranto da princesa ecoava como um lamento cortante. O que escapava de seus olhos ou de seus poros já não importava; tudo era pura agonia.


O maciço beiral da cama de madeira rangia, quase cedendo sob o aperto frenético das mãos dela, as juntas brancas de tensão. Um som rasgado escapou de seus lábios enquanto ela se contorcia em meio às contrações, cada grito um soco na alma.


Não.


Nada estava certo. Algo estava profundamente errado.


O bebê não deveria estar vindo agora. Era cedo, perigosamente cedo. As dúvidas e medos rodopiavam em sua mente, uma tempestade que a engolfava enquanto lutava contra as forças da natureza. E aquelas palavras não ditas, um fio de pensamento que nunca seria sussurrado em voz alta: "Se ele sair, morrerá. Se ele ficar, morrerá."


As palavras malditas eram um coro em sua mente enquanto Rhaenyra amaldiçoava os deuses, os antigos e os novos, com uma raiva primitiva.


— Princesa, nos deixe ajudar! – Uma das parteiras suplicou, com lágrimas descendo por seu rosto, assim como no rosto das outras.


— Afastem-se! – A voz da princesa, um rugido rouco, lançou-se como uma onda contra as parteiras que se aproximavam, enquanto ela tombava para um joelho, os gemidos saindo de suas entranhas como se estivessem rasgando seu âmago. A camisola se emaranhava em seus dedos trêmulos, o sangue escorria e a dor... a dor era insuportável.


— Não deveria fazer isso sozinha, princesa! Precisa de ajuda – a parteira mais velha disse com uma expressão de agonia e desespero, segurando seu choro, tentando ser a forte da situação.


— SAI! – Ela berrou, uma súplica selvagem, enquanto sua voz se mesclava com os gritos das parteiras. A escolha parecia cruel demais, uma tragédia intrincada que não podia ser evitada. A dor e o desespero faziam sua mente girar.


O sol sumia no horizonte, assim como as forças da princesa em continuar com aquilo. Ela sentia a vida dentro de seu ventre lutando para sobreviver de algum modo. Sentia as dores de seu pobre bebê, forçado a sair antes de seu tempo.


O escuro da noite cobriu Dragonstone, deixando tudo frio e mórbido. Na sala ao lado, ouvindo cada grito e gemido, cada choro e pedido desesperado de socorro, estavam os filhos de Rhaenyra, os três mais velhos. E também as filhas de Daemon, tremendo e abraçadas, enquanto seu pai e marido de Rhaenyra, estava parado numa cadeira, encarando o nada, parecendo focado no além do mundo e não na situação.


As horas pareciam se estender em uma agonia interminável. A princesa Rhaenyra estava imersa em um pesadelo de dor, enquanto o mundo ao seu redor se desmoronava em caos. A cada contração, a cada grito, ela sentia suas forças sendo drenadas, como se estivesse lutando uma batalha perdida contra o destino cruel que a cercava.

𝐄𝐜𝐡𝐨𝐞𝐬 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐃𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧 - 𝐏𝐫𝐢𝐧𝐜𝐞𝐬𝐚 𝐕𝐢𝐬𝐞𝐧𝐲𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora