𝟙𝟚. 𝕍𝕖𝕟𝕖𝕟𝕠

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Os gritos de agonia de Sara Snow ecoavam pelos corredores do castelo de Highgarden, enchendo o ambiente com uma sensação sufocante de desespero. Seu corpo estava contorcido de dor, e o suor banhava sua testa enquanto ela se debatia freneticamente sob as mãos dos meistres. A cada contração, seu rosto se contorcia em uma careta de sofrimento indescritível.

A enfermaria estava mergulhada em um silêncio perturbador, quebrado apenas pelos lamentos agonizantes de Sara. O olhar das damas de companhia, Alyssane e Sabitha, estava repleto de preocupação e impotência. Elas seguravam a jovem mãe com ternura, tentando confortá-la da melhor forma que podiam.

Do lado de fora, Lucerys permanecia nervoso, incapaz de suportar a visão dos sofrimentos de outro parto terrível quanto aquele. O ambiente estava tenso, carregado com a incerteza do que estava por vir. Os meistres, embora habilidosos, enfrentavam um desafio sem precedentes, já que a ausência de recursos da Cidadela e a prematuridade do parto complicavam ainda mais a situação.

Sara, consumida pela dor lancinante, mal tinha forças para pronunciar palavras coerentes. Ela ofegava e gemia, agarrando-se às mãos das damas que a confortavam. A sala cheirava a sangue e medo, enquanto os meistres continuavam seus esforços incansáveis para trazer o filho ao mundo.

Lucerys via Cregan sentado no chão, com as pernas perto do peito e a cabeça abaixada. Ele estava no final do corredor, tremendo. Chorando. Sara já estava gritando há quase cinco horas e nada da criança sair. O príncipe nem sequer sabia quem era o pai da criança, ele não queria ser indelicado e perguntar logo de cara, Luke era amigo de Cregan, não de Sara.

A angústia no corredor era palpável, sufocante, como um pesadelo que nunca acabava. Os gritos de dor de Sara perfuravam os ouvidos de todos ali, enquanto os meistres lutavam para salvar a vida dela e da criança.

O príncipe viu Elinor se aproximando no corredor e sentando-se ao lado dele. Antes que ela pudesse dizer algo, Sara deu outro grito de desespero, assustando os dois. A Tyrell segurou uma das mãos de Luke e olhou para ele:

— Espero que fique tudo bem – A garota também estava nervosa, ela tremia. Luke apertou sua mão com carinho, entrelaçando seus dedos e olhando para ela.

— Sara matou centenas de homens, mas o parto não pode ser morto... apesar de ser capaz de matar – O príncipe suspirou fundo, sua voz carregada de tristeza.

— Já teve experiências ruins com partos? – Elinor olha nos olhos de Lucerys e vê Cregan chorando no chão do outro lado do corredor, seu desespero ecoando em sua mente.

— Já – Luke concordou com a cabeça, com seu olhar ficando distante – no começo da guerra, bem no início mesmo. Quando meu avô morreu, Viserys I, minha mãe estava grávida da minha irmãzinha... Ela ficou muito nervosa e em choque com a notícia e entrou em trabalho de parto com cinco meses de gravidez, ela passou mais de meio dia gritando, sangrando, chorando e gemendo no quarto dela, enquanto meus irmãos e eu só podíamos escutar ela sofrendo sem poder fazer nada.

— Aconteceu o mesmo com a mãe do Lyo... Ela passou muito tempo tentando dar à luz e acabou sangrando demais – Elinor contou, apoiando seu queixo no ombro de Lucerys – não sei se foi isso que aconteceu com a minha mãe também, meu pai nunca contou.

— Naquele dia pensei que fosse perder a pessoa que eu mais amava... eu juro que iria enlouquecer se minha mãe morresse – Lucerys contou, acariciando a mão de Elinor com o polegar – meu irmão fala que eu sou o favorito e sempre vou ser o bebê dela.

𝐄𝐜𝐡𝐨𝐞𝐬 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐃𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧 - 𝐏𝐫𝐢𝐧𝐜𝐞𝐬𝐚 𝐕𝐢𝐬𝐞𝐧𝐲𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora