𝟙𝟘. ℙ𝕣𝕚́𝕟𝕔𝕚𝕡𝕖 𝕍𝕖𝕟𝕖𝕟𝕠

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Rhaena suspirou profundamente, consciente de que estava sendo vigiada. Os guardas postados à porta de seus aposentos tinham ordens para matá-la se ela fizesse qualquer movimento brusco de fuga. Seu maior temor naquele momento eram suas filhas, que estavam com ela naquela tarde. Ciara brincava com sua boneca, enquanto Clara construía uma torre com blocos de madeira.


A princesa deixou de lado o livro que estava lendo e dirigiu seu olhar para o intruso sentado na poltrona ao lado dela, também absorto em sua leitura, com uma perna cruzada sobre a outra, balançando o pé no ar.


— Até quando isso vai durar? – perguntou a princesa.


— Até eu receber uma resposta de Aemond. Então partiremos para lá – ele respondeu, molhando a ponta do dedo na língua e virando a página do livro. — Impaciente, princesa? – ele zombou, fazendo Rhaena bufar de irritação e arrancando uma risada do homem. — Você é realmente filha de Daemon.


— Pelo menos meu pai é alguém importante, Crispin – provocou Rhaena, desviando os olhos do livro. — O seu, pelo contrário, não passava de um intendente plebeu.


— Sua vida está nas minhas mãos, princesa. Eu sugiro que seja cuidadosa – Criston a alertou, lançando-lhe um olhar ameaçador, antes de voltar a atenção para as meninas. — Eu vi o que seu pai fez, ou melhor, o que mandou fazer... – ele começou a falar, enquanto molhava novamente o dedo na língua e virava outra página do livro. — Ainda ouço os gritos da rainha Helaena em meus pesadelos noturnos, vejo-a segurando o corpo sem cabeça de seu filho de seis anos e escuto o choro de Jaehaera.


— Você sabe o que eu ouço? – Rhaena o encarou com firmeza. Criston fechou o livro e prestou atenção nela. — Eu ouço os trovões toda vez que fecho meus olhos. Vejo Vhagar surgindo dos céus e abocanhando Tyraxes, matando meu irmãozinho... de novo e de novo. Sangue e Queijo fizeram justiça pelo que vocês fizeram com Joffrey.


Sangue bastardo derramado na guerra – Criston minimizou com um sorriso presunçoso.


Digo o mesmo sobre Jaehaerys. Sabia que meu pai arrancará sua cabeça, não é? – Rhaena o provocou com deboche.


— Só se Aemond não arrancar a dele primeiro – Criston respondeu, provocando-a.


Rhaena soltou um riso de escárnio e se acomodou na ponta do sofá, fixando seus olhos nos de Criston, que pareciam verdes pálidos como a grama coberta de orvalho.


— Por que você é assim? Tão amargo? – Ela indagou, sua curiosidade visível no tom de voz e na expressão. — Sei que algum dia você foi uma pessoa decente, minha mãe já me contou sobre como vocês eram amigos. Mas agora... você ajudou a planejar uma comemoração pela morte do filho dela. — Rhaena buscava compreender as motivações de Criston. — O que te deixou tão infeliz, Sor Criston?

𝐄𝐜𝐡𝐨𝐞𝐬 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐃𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧 - 𝐏𝐫𝐢𝐧𝐜𝐞𝐬𝐚 𝐕𝐢𝐬𝐞𝐧𝐲𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora