Quatorze

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Park Jimin

— Bom dia, Jiminie! — o cumprimento caloroso de Jin é a primeira coisa que recebo naquela manhã, quando abro a porta do apartamento.

— Bom dia, hyung!

— Trouxe algumas coisas para tomarmos café da manhã o que acha? Namjoon está com Jungkook correndo ao redor do prédio. Eles devem terminar logo e podem se juntar a nós.

Eu sorrio, tocado. Seokjin é sempre tão carinhoso.

Se ele não fosse casado eu juro que tascava um beijo nele, só pra agradecer por tudo.

— É uma ótima ideia, hyung. Entre, vamos arrumando as coisas.

Assim, ajudo ele com os potes e sacolas que ele carregava, e logo, estamos arrumando toda a comida na pequena mesa na cozinha.

— Foi muito bom ontem, Ji, fazia tempo que eu e Namjoon não nos divertíamos assim.

— Nem me fale, acho que foi a primeira vez desde que chegamos que me senti relaxado. Obrigado por isso Jin-hyung.

Seokjin sorriu, enquanto se sentava na mesa, quase toda posta. Ele se serviu com um pouco de café que trouxe em uma garrafa térmica, e eu aproveitei para fazer o mesmo.

Eu nem gosto tanto de café, mas puta merda como senti falta dessa coisa amarga.

— Posso te perguntar uma coisa? — ele pergunta, depois de breves segundos de silêncio, ao que eu percebia que havia passado me encarando pensativo.

— Claro!

— Fiquei curioso depois de ontem — começa — você e Jungkook parecem se conhecer de forma inigualável, ainda assim, parecem sempre estar em algum tipo de atrito. O que acontece de verdade entres vocês?

Eu rio, imaginando que ele estaria confuso mesmo, depois do jogo de ontem.

Afinal, eu estava confuso pra cacete.

Quer dizer, eu jurei odiar Jeon por boa parte da minha vida, me convencendo de que ele era extremamente irritante e um grande perigo para os meus objetivos.

Mas, apesar de mentir pra mim mesmo, havia descoberto a poucos anos – graças a terapia – o que nossa relação verdadeiramente significava.

Eu não falava sobre, ao menos pensava sobre, mas o dia de ontem foi como um tapa na cara; uma incontestável prova de tudo que meu psicólogo falou a dois anos.

E agora, acho que eu finalmente podia entender muita coisa.

Acho que minha defensas tinha finalmente se abaixado, já que minha cabeça andava uma bagunça.

E assim, eu podia expiar um pouco o outro lado.

— Eu acho que...sempre soube que Jungkook tinha qualidades, mas sempre frisei para mim mesmo todos os seus defeitos, eu o coloquei como meu inimigo, porque foi isso que meu eu de dez anos pensou quando o conheceu — confessei, pela primeira vez, coisa que eu não havia feito nem na terapia — então, de tanto dizer que o odiava, tornei isso verdade.

Eu não sei exatamente o que havia mudado de ontem pra hoje, mas, era como se minha mente estivesse sem uma névoa que me cegou por muito tempo.

Quem Sou Assassino? • PJM + JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora