Pequena mente maligna

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Como todos os bons dias de sua vida, Chifuyu acordou sozinho, e o isso fez ligeiramente feliz. Estava fazendo todo o esforço do mundo para se dar bem com os pretendentes que vinham a sua casa o cortejar, então sua mãe estava lhe dando certas liberdades, o que o deixava completamente satisfeito.

Noite passada, desceu sua janela, se arranhando nos espinhos das roseiras e deixando algumas rosas caídas no chão, apenas para trocar beijos com Keisuke Baji enquanto seus pais estavam em algum baile fazendo acordos comerciais estúpidos com seu primo, então conseguiu fugir de suas criadas dizendo que iria se deitar cedo, cansado do dia. E apenas esperou as pedrinhas em sua janela para que descesse e puxasse Keisuke para trás de uma árvore.

Agora estava escolhendo a roupa que mais cobria a maior parte de seus arranhões, de modo que sua mãe não o matasse.

— Pode me emprestar suas joias? — Hinata surgiu na porta de seu quarto, o fazendo dar um pequeno pulo de susto, e a ruiva arregalou os olhos ao ver os arranhados nos braços do ômega — Chifuyu, o que aconteceu?

— Você não quer cumplice desse crime — Foi rápido em responder, e a garota apenas concordou — Mas se me ajudar, pode usar minhas joias, eu as odeio de qualquer jeito.

— Pobre do Duque, nunca acerta o que você gosta — Hinata murchou enquanto buscava algo em seu armário para o ajudar — Não sei como vocês se dão tão mal, o Duque e Takemichi são amigos de longa data.

— Keisuke batia no Takemichi diariamente, não sei se podemos chamar isso de amizade — Chiifuyu riu, lembrando de como descobriu isso.

— Keisuke? Desde quando você tem intimidade para chamar o Duque pelo primeiro nome? — Hinata lhe entregou um par de luvas longas — É o melhor que podemos fazer, está fazendo frio hoje, e em breve sua mãe começará a abrir a casa para seus pretendentes, sabe que ela lhe deu um dia de descanso em troca de um dia inteiro de cortejos.

— Certo, se é o melhor que podemos fazer no momento, eu não vou arriscar — Suspirou, colocando as luvas e virando para a garota — Vossa Graça e eu... Somos bons amigos agora.

— Semana passada você o amaldiçoava — Hinata pontuou, e Chifuyu revirou os olhos — Certo, rabugento.

— Dona da razão — Devolveu, e a garota tirou uma pétala de rosa do cabelo do loiro e o olhou com repreensão, o que arrancou risos altos dos dois.

— Bom saber que os dois estão aqui, enrolando e rindo, enquanto compromisso os aguarda — Sua mãe apareceu no quarto de braços cruzados, encarando os dois como se fossem crianças aprontando — Hinata, você não veio pegar joias para ir a corrida de cavalos com seu marido?

Hinata abaixou a cabeça, concordando de forma passiva, e se aproximou da penteadeira de Chifuyu com a ajuda da sogra, que iria escolher o que a garota usaria.

— Posso ir também? — Enquanto sua mãe arrumava os brincos de Hinata, Chifuyu deu um jeito de se livrar dos malditos sapatos apertados que era obrigado a usar e colocou suas botas, cobrindo com a roupa longa enquanto sua mãe não olhava.

— Você tem um dia inteiro de pretendentes para atender, não seja imprudente meu filho, negociamos, não lembra? Um dia de folga por um dia de cortejos — Sua mãe se aproximou, arrumando suas luvas e fazendo o filho se olhar no espelho — Quando você estiver casado com um homem de muito prestígio, irá me agradecer por toda a paz e tranquilidade que sua vida terá.

— E se eu não quiser ter uma vida paz e tranquilidade? — E se eu quiser me aventurar pelo mundo espalhando ideias independente e  ensinando tudo que as pessoas foram privadas de aprender? Essa era a verdadeira pergunta que sentia vontade de fazer, mas em nome do bom senso, preferia evitar transtornos com sua mãe nesse momento.

Todos, Menos Você! - BajifuyuOnde histórias criam vida. Descubra agora