Boas Maneiras Para Alfas

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Chifuyu acordou com um péssimo humor.

Antes do sol nascer sua mãe bateu em sua porta junto a cinco criadas, e nenhuma delas era Ambar ou Maya, que eram as pessoas responsáveis por cuidar de sua aparência. Então depois de ser obrigado a tomar um banho esquisito coberto de mel e açúcar mascavo e depois passar um perfume com cheiro insuportável de rosas, expulsou todas elas de seu quarto, alegando que poderia se vestir sozinho.

Em seguida, jogou aquele maldito vestido em sua lareira e procurou um único par de calças que tinham em seu armário, as quais deveriam ser destinadas a montaria. Vestiu também uma camisa branca e simples de Takemichi que conseguiu roubar das cordas enquanto as roupas secavam, além de colocar suas confortáveis botas de montaria.

A sensação de conforto que aquelas roupas tinham era indescritível, diferente dos vestidos apertados e calçados quentes que machucavam, Chifuyu se sentiu completamente livre para poder correr e se divertir um pouco, sem nada o machucando ou apertando, e principalmente, sem aqueles malditos enfeites cutucando seu corpo por dentro da roupa.

Mesmo o cabelo, o qual sua mãe fazia questão que estivesse devidamente arrumado, ele apenas deixou livre, escorrendo um pouco por seus olhos, mas não importava. A sensação de não ter que se arrumar como uma boneca era completamente libertadora.

Saiu de fininho de seu quarto, andando com o mínimo de barulho para a biblioteca, evitando todos os empregados que andavam apressados pelos corredores, provavelmente sendo vítimas dos pedidos malucos de sua mãe, visto que para ela lhe dar aqueles banhos malucos, alguma coisa relevante poderia acontecer hoje.

Pegou alguns livros básicos, coisas que lia quando era criança, buscou também penas e tinta, e deu um jeito de enfiar tudo na bolsa que carregava, assim como um livro interessante de seu pai sobre a revolução francesa, os quais sempre fora proibido de ler enquanto estava em Varanasi, já que nunca seria bom que um ômega tivesse alguma opinião relevante sobre revoluções, e todos os seus tutores tinham a mesma opinião sobre Chifuyu, um ômega extremamente inteligente, mas estava sempre expondo suas opiniões, principalmente quando não era necessário. Bastante genioso, o que talvez fosse o atrapalhar na busca por um parceiro ideal.

Tudo besteira, Chifuyu gostava de ser curioso, falante e genioso, o problema era dos alfas se eles não podiam diminuir um pouquinho a merda do ego para aceitar um ômega estudado e inteligente.

Saiu da biblioteca e desceu a escadaria principal de sua casa, indo para uma das saídas laterais, o lado oposto de onde sua mãe estava, mas esbarrou com algo dura a sua frente e acabou caindo no chão.

— O que temos aqui? "A história das revoluções ao redor do mundo". Isso é quase uma leitura proibida dentro da Inglaterra, o rei jamais iria aprovar isso — O loiro ergueu o rosto para observar o que tinha batido nele, e respirou fundo — O que um ômega faz com isso?

— Algo que não é do seu interesse, Lorde Baji — Puxou o livro das mãos do alfa e o guardou na bolsa novamente, assim como o restante das coisas que havia caído, sem desviar o olhar bravo — Eu quem devo perguntar, o que o Lorde faz em minha residência.

Ficou de pé, e se arrependeu imediatamente, o homem passou os olhos por todo seu corpo, o que o deixou absurdamente envergonhado.

— Não sabia que o Barão permitia que seu filho andasse como um homem — Ele parecia estar se divertindo enquanto dizia aquilo, o que deixava Chifuyu ainda mais enfurecido.

— Ser um ômega não anula o fato de que temos a mesma coisa entre as pernas, Lorde Baji, mas não entrarei nesse mérito com o Senhor, pois esse tipo de conversa sim é inadequado, independente de gênero primário ou secundário — Agarrou a bolsa contra seu corpo — Mas peço gentilmente, que não comente sobre o livro com meu pai.

Todos, Menos Você! - BajifuyuOnde histórias criam vida. Descubra agora