Todos, Menos Você! - Bajifuyu

Decepções quase (im)previsíveis

— Odeio espartilhos, parecem cada dia mais apertos — Resmungou quando sentiu sua criada apertar mais ainda as cordas — Ambar, está tentando me matar sufocado? Parece mais apertado que nunca.

— Não senhor, estou fazendo tudo como sempre, parece que a peça ficou menor — A mulher continuou puxando, com toda a força que lhe era permitida — Ou talvez o meu senhor tenha engordado.

— NÃO FALE ISSO! — Sua mãe encarou a mulher furiosa — Como Chifuyu poderia ter engordado? Ele tem uma dieta estritamente balanceada, eu pessoalmente tomo conta de tudo para que não ganhe nem perca nenhum peso.

— Talvez eu tenha me enganado... Os tecidos ingleses de fato são ruins, podem ter ficado menores com a lavagem, não se faz mais seda como na Índia — A mulher tentou desconversar a chefe, que pareceu satisfeita ao ter as acusações retiradas contra seu filho.

— Em breve voltaremos a Índia, você e Maya poderão ver suas famílias e eu comprarei novos tecidos para que meus vestidos. A moda do novo mundo a  muito é superior a estes bordados — A Baronesa suspirou, encarando a própria imagem atrás do corpo de seu majestoso filho — Está lindo. Pouco a pouco se tornará um ômega de maior prestígio, já é o maior desejo daqueles alfas lá fora, agora só nos resta conseguir um bom casamento. Com seus amigos fazendo casamentos de prestígio, imagino que as coisas eventualmente se tornem mais fáceis para você.

E de fato se tornariam, mais terríveis também. Mikey se casaria com um Conde e teria maior influência na sociedade que um simples ômega. Soya se juntara a um Lorde de terras, mesmo sem um título explícito ainda era alguém, e Mitsuya... Embora vivesse em condições difíceis, era alguém muito bem visto na sociedade.

Chifuyu precisaria se esforçar muito para se mostrar alguém interessado nas histórias de caça e guerra dos Lordes, já que esse era o único assunto qual sabiam falar sem parecerem entediados, e ele como um debutante, deveria parecer interessado em qualquer porcaria que saísse da boca daquelas criaturas.

— Senhora Baronesa — A voz gentil de Hinata preencheu o quarto, fazendo uma reverência a mulher de renome — Uma visita para Chifuyu.

— Oh, que coisa boa? É o Duque? — Sua mãe  se intrometeu de imediato, fazendo Chifuyu respirar fundo para não demonstrar quão ansioso ele estava para que fosse uma visita do Duque.

— Infelizmente não, minha Senhora, é o esposo do conselheiro real — Para Hinata, poderia parecer algo sensacional. Afinal, o que alguém do castelo faria visitando a casa de um Barão? Mas para Lady Matsuno, era algo a se desconfiar.

— Chifuyu — Terminando de calçar seus sapatos, o ômega encarou a mãe — O que um ômega degenerado como Seishu quer com você?

— Como posso saber? O único momento em que nos vimos foi no casamento de Soya, e por sinal foi a senhora quem nos apresentou — Embora aquela também fosse uma grande mentira, precisava de desculpas para que sua mãe parasse de pegar no seu pé — Mikey certa vez me disse que ele pode ser considero o ômega mais importante do reino. É melhor não dexiá-lo esperando, certo? Seria uma honra convidá-lo para meu chá matinal.

— O chá está servido na varanda de seu quarto, milady não acha que seria considero inadequado para receber um nobre relacionado a própria coroa? — Uma de suas criadas questionou de um jeito bastante doce, numa tentativa de aplacar a fúria da Baronesa. 

— Isso é mais do que aquela vagabunda usurpadora merece, mandem que ele venha se quiser, meu filho não irá descer — Sua mãe suspirou, arrumando as saias para sair do quarto — Termine de se arrumar, não quero que a escória das prostitutas diga que você anda desarrumado.

E assim a Baronesa Matsuno deixou o quarto do filho, com bastante raiva pela visita indesejada de um membro da coroa. E Chifuyu finalmente suspirou aliviado naquela manhã por sua mãe não ter sentido o cheiro do alfa que estava presente em seus lençóis e sua pele.