𝑫𝑬𝑺𝑷𝑬𝑫𝑰𝑫𝑨

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Gwyn e Azriel estavam de mãos dadas, exatamente no local onde estiveram no dia anterior, quando ele a chamou para ir até a cidade com ele. Antes de eles saberem a cor favorita um do outro, antes de compartilharem histórias e segredos, antes criarem tantas memórias juntos, antes de... Antes de tudo.

Vinte e quatro horas.

Parecia uma vida atrás.

Mas eles já sabiam que iria acabar assim.

Gwyn apertou a mão dele, Azriel fez o mesmo. Os corações de ambos batendo num ritmo acelerado.

— Acho que é isso — ela falou baixinho.

— Acho que sim — ele falou no mesmo tom.

O som das chamadas para seus trens soaram. Ela iria para a direita. Ele iria para a esquerda. Eles nunca mais se veriam.

Aquela certeza pareceu cair sobre eles como uma pedra.

Então, sem hesitar nem mais um segundos, os dois se abraçaram fortemente. Gwyn colocou o rosto na curva do pescoço dele, Azriel pressionou o rosto contra a confusão dos fios de cabelo castanho acobreado. Os dois absorveram pela última vez o cheiro um do outro e, quando se afastaram, foi apenas para que os lábios se unissem.

Uma última vez.

A testa dele ficou contra a sua e eles respiraram fundo antes de soltarem.

Os olhos azuis fitaram os de cor de avelã, se despedindo.

Seus corações deveriam mesmo estarem tão apertados?

A última chamada soou. Eles tinham que ir.

— Foi... — Gwyn engoliu em seco, controlando o leve tremor na voz — Foi um prazer conhecer você, senhor Azriel.

Az lhe abriu um último sorriso.

— Foi um prazer para mim também, senhorita Gwyn.

— Tchau.

— Tchau.

— Boa sorte para você e...

— É... Para você também.

Ambos decidiram ao mesmo tempo, só mais uma vez, um verdadeiro último beijo. E então se virariam e iriam embora.

Eles sussurram um contra os lábios do outro:

— Adeus, Az.

— Adeus, Gwyn.

E foi assim que se soltaram, deram passos para trás, afastando-se um do outro sem desviar o olhar e depois, se viraram, apenas lançando olhares sobre o ombro enquanto a distância aumentava. Até que chegaram na entrada de seus vagões, em trens diferentes, com destinos diferentes. Os dois acenaram um para o outro, então entraram. Perderam-se de vista. Despediram-se de vez. Para sempre.

Mas... Por alguma razão, os dois, em trens diferentes, seguindo caminhos totalmente opostos, olhavam pela janela, para a paisagem que passava correndo, lembraram-se dos momentos que tiveram juntos e depois olhavam para aquela foto que tinham como prova de que, em alguma lugar, existiria outra, com outro alguém... Ambos começaram a pensar que o adeus, não fora um adeus.

Talvez, algum dia, em algum lugar, eles dois se encontrassem de novo.

Os dois pensavam nisso e se perguntavam:

Será?

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𝐴𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑜 𝑆𝑜𝑙 𝑁𝑎𝑠𝑐𝑒𝑟Onde histórias criam vida. Descubra agora