PRÓLOGO

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    Depois de sentir na pele a dor da verdade nua e crua, pensei: "existe vida após a decepção?" E por um breve momento de desespero me imaginei comprando uma passagem só de ida para o inferno, seria mais rápido o caminho da ponte ou da corda? Mas logo me dei conta do quanto não vale a pena e voltei a si.

- O QUE?!  Exclamei em voz alta para o meu reflexo no espelho.

- Quando foi que eu perdi meu amor próprio desse jeito? Não! se recomponha mocinha, sua vida começa agora.

    Enxuguei as lágrimas, tirei a roupa, entrei no chuveiro e deixei correr com a água toda aquela dor e mix de sentimentos que envenenava a minha alma e corroía meu coração com gosto de água do mar.

    Após um longo banho, me recompus, vesti meu roupão confortável, coloquei uma música, sentei no meu sofá aconchegante e abri uma garrafa de vinho. 

- Tá na hora do expurgo! 

  Peguei o telefone e liguei para minha irmã Thelma que mora do outro lado do país. Minha melhor amiga e confidente.

Thelma é minha socorrista, sempre que precisei ela estava lá cuidando de mim. Se tem uma pessoa da qual não vivo sem, é ela.

- Alô, Thelma? 

- Cecilia, que bom ouvir sua voz. Estava com uma sensação estranha o dia todo, você está bem?

    Como eu pude ser tão ingênua de achar que seria forte como um touro poucos minutos após passar por uma catástrofe dessa magnitude? Assim que ouvi a voz de Thelma do outro lado da linha não consegui conter o choro.

- Eu sabia que havia algo de errado, meu coração estava apertado e minha intuição nunca falhou quando se trata de você. O que aconteceu?

- Acabou tudo! Meu mundo foi devastado.

- Como assim? do que você está falando?

- Sinais, como não percebi os sinais?

    É claro que Thelma não estava entendendo nada, eu não conseguia ordenar meus pensamentos, nem eu me entendia. Eu queria falar tudo, mas não sabia como nem por onde começar.

- Thelma não se preocupe comigo, estou bem. Meu coração foi partido em micro pedaços, mas vai passar. Nesse momento não consigo te explicar, mas prometo que vou te contar tudo assim que eu souber onde tudo começou.

- Como assim Cecilia, agora você me deixou preocupada. - Insistiu Thelma

- Minha irmã querida, não precisa se preocupar, eu vou ficar bem, são só algumas lágrimas e logo elas secam. - Acalmei Thelma.

- Cecilia minha vida, não sei o que houve e vejo que não está pronta para me contar, mas sei que você bem sabe que a qualquer momento e a qualquer hora você pode contar comigo e se preciso for, eu pego  o primeiro avião para o Brasil e gasto meu réu primário em quem fez isso com você. 

- Eu sei vida, pode ficar descansada que não é nada que valha a pena seu réu primário. Amo você

- Também amo você.

Desliguei o telefone, me enrosquei no coberto entre as almofadas do sofá. A dor que eu estava sentindo era como se o meu interior estivesse todo em chamas, me senti como em um incêndio florestal, tudo que tinha vida dentro de mim estava morrendo. As lágrimas saltavam de bungee jump dos meus olhos e eu não tinha controle de nada. Chorei copiosamente. Não conseguia ficar parada, levantava e andava pela casa pensando, as lembranças dos nossos momentos me torturavam então eu deitava novamente e em poucos segundos já estava de pé novamente, passei horas nesse ritual interminável.

- Será que existe algum remédio que faça acabar com essa dor?

Eu estava em estado de puro rancor misturado com loucura, um misto de tristeza e decepção, um gosto amargo na boca, mas uma coisa não parava de martelar na minha cabeça.

- Preciso de respostas.

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