CAPITULO 11 - PRIMEIRO VOO

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"Em meio a tantas pessoas talentosas e brilhantes ele foi olhar logo pra mim, como isso é possível?"

Fiquei pensando enquanto observava todo mundo trabalhando e se movimentando naquele escritório, fiquei alguns minutos em pé, ali parada olhando todos ao meu redor.

- Cecilia você está bem? Perguntou Arthur vindo em minha direção.

- Sim! Estou apenas observando o movimento. Respondi ainda com olhos fixos nas pessoas indo e vindo.

- Hum! Mas você está esquisita desde cedo. Replicou ele.

- Já passou, vamos trabalhar que o tempo não espera. Respondi encurtando o assunto e puxando ele para a mesa de projetos.

Tornei a me juntar com os outros para continuar a estruturação da campanha. Um tempo depois Edgar entrou na sala, apressado e agitado anunciando:

- Arthur, Alex e Cecilia, preciso de vocês na sala de reunião imediatamente.

Paramos o que estávamos fazendo e nos dirigimos para a sala de reunião. Ao chegarmos lá, tinha muita papelada na mesa e duas pastas, uma de capa azul e uma de capa vermelha.

- Bom, meus queridos! É certo que nada acontece por acaso e mais certo ainda que o destino nunca se engana. Eu acredito muito nisso e sei que tudo na vida já é predestinado a acontecer, não podemos ignorar ou tentar mudar o que já foi definido, concordam? Disse ele com um sorriso misterioso.

Quando ele disse essas palavras, na mesma hora me veio a cabeça aquela velinha que encontrei no banheiro quando cheguei em São Paulo, fiquei toda arrepiada.

- Por que está dizendo isso Edgar? Interpelou Arthur

- Porque, caros amigos. Acabei de me reunir com os representantes da McDonalds, foi uma reunião emergencial e os planos terão que mudar. Tudo aquilo que conversamos não vai mais rolar.

- Como é? Então aquela proposta que você nos fez será cancelada? Questionou Alex frustrado

- Calma jovem, vou chegar lá. Respondeu Edgar

- Até eu estou nervoso agora, fala de uma vez, para de rodeios. Advertiu Arthur.

Eu, calada estava, calada fiquei, mas confesso que meu coração se afligiu. Ao mesmo tempo que tudo isso poderia ser a resposta que eu não tinha, também me deixou triste pelo fato de eu estar inclinada a aceitar a oferta.

- Pois bem, é o seguinte. O cliente que é a rede, precisará reduzir o prazo inicial estipulado de veiculação, eles precisam que esteja tudo pronto em exatamente um mês, o que antes tínhamos a margem de dois a três do inicio da estrutura até a veiculação. Agora só temos um mês para montar a equipe, estruturar o projeto e veicular. Portanto, diante dessa mudança de planos e desse esmagamento de prazo, precisaremos que vocês decidam hoje o futuro de todos nós.

 Por essa ninguém esperava, nem mesmo Edgar. Eu quase acertei quando tive aquela intuição dentro do carro, mas não passou pela minha cabeça que seria tão radical. Todos estávamos completamente perplexos.

- Gente, não era segredo pra ninguém que eu já estava dentro, por mim já teria assinado o contrato e já estaria com a mão na massa. Se manifestou Alex

- Eu simplesmente ainda estou chocado, já trabalhamos com muitos projetos na pressão e cheios de intervenções, mas com prazo esmagado assim e de grande escala, é a primeira vez. Realmente o desafio é colossal. Disse Arthur

Depois de todos se pronunciarem, ficou aquele silencio ensurdecedor. Todos os olhares se voltaram para mim, o peso da responsabilidade subiu nas minhas costas e parecia o peso de cinquenta elefantes. Era como se tudo ali dependesse da minha resposta, me senti em um caso de vida ou morte, como se tivesse uma arma apontada para a minha cabeça.

ANTES DA CATASTROFEOnde histórias criam vida. Descubra agora