Capítulo 5 - VIDA APÓS PARIS

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- Realidade, voltei! Suspirei ao descer do avião

Assim que saí do terminal de desembarque, liguei meu celular para chamar um uber, estava louca para chegar em casa, tomar um banho, comer algo e relaxar antes de voltar para minha rotina. Enfrentar doze horas de voo não é moleza, e não só isso. Apesar da viagem ter sido perfeita, foi bastante cansativa, precisava de silêncio.

Enquanto seguia no uber a caminho de casa, aproveitei para dar uma olhada nas redes sociais e me atualizar das noticias após doze horas offline, fui checar minhas notificações, afinal não deixei de compartilhar um momento sequer daquela viagem perfeita, e ali estava a notificação que chamou minha atenção, uma solicitação de amizade de Edgar. "será que aceito logo ou espero um pouco mais?" "não quero parecer desesperada" pensei.

- Ah Cecilia dá um tempo, o cara tá tomando todas as iniciativas, vai fazer doce agora? Disse eu para mim mesma.

O motorista do uber me olhou pelo retrovisor me julgando a louca por estar falando sozinha, mas quem nunca né?

Bom, voltando para as notificações. Antes que eu pudesse clicar no botão de aceito chegou uma mensagem no meu celular.

"Já chegou em casa? Fez boa viagem?". Edgar

- Oque? O cara tá determinado, mas como seria isso? Ele está lá em São Paulo e eu aqui em Curitiba. Não daria certo nunca. Especulei.

O motorista mais uma vez me olhou assustado, então resolvi puxar assunto para não ser expulsa do carro, estava cansada demais pra ter que esperar por outro motorista.

- Moço o senhor seria fiel se namorasse a distância? Perguntei

- No inicio talvez, mas depois ficaria difícil sustentar, uma hora você vai sentir a carência bater e a necessidade vai falar mais alto, só ligações e chamadas de vídeo não serão suficientes, não sei pra vocês mulheres, mas a natureza do homem é essa, isso não é machismo, nem mau-caratismo, é nossa natureza. Explicou ele

O cara simplesmente me deu uma aula em poucos segundos. O que foi aquilo? Alguém anotou a placa? Porque não sei nem da onde veio.

Mas no que eu estava pensando? O cara só estava preocupado. Me repreendi na precipitação em achar que um homem daquele poderia estar interessado em mim, mas quem não pensaria com tantas investidas assim?

O Carro parou em frente ao meu prédio e eu estava tão perdida com minhas teorias que não percebi que havia chegado.

- mrum mrum. Chegamos moça. Alertou o motorista.

- Ah sim! desculpa, estava distraída. Lamentei.

- Sem problemas!!

- Obrigada pelo conselho. Agradeci e sai do carro.

Após sair do carro e entrar no prédio, ao esperar o elevador, meu celular começou a tocar. Era Arthur, meu mais novo amigo de infância.

- Já está com saudade? Perguntei sarcástica.

- Siiim! Estou com depressão pós viagem. Respondeu ele com tom dramático.

- Somos dois, Paris me conquistou e se foi. Retruquei com o mesmo drama.

- Mas não foi só para isso que liguei. O Cannes Lions acabou, mas as oportunidades estão só começando minha flor. Disse Arthur misterioso.

- Huum! Tens minha atenção.

Entrando em meu apartamento, joguei minhas coisas pelo caminho e estirei meu corpo cansado na cama suspirando um alivio arrepiante pelo corpo.

- Lar doce lar. Disse bem alto com o telefone ainda no ouvido.

ANTES DA CATASTROFEOnde histórias criam vida. Descubra agora