Capítulo 4 - EFEITO PARIS

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Ao amanhecer levantei às pressas, por um breve momento não lembrava que estava em Paris e achei que estava atrasada para o trabalho, em seguida me dei conta que estava no quarto do hotel.

- Nossa, que susto. Ainda estou em Paris. Disse em voz alta.

Peguei meu celular na mesinha de cabeceira e lá tinham várias chamadas e mensagens de Arthur e outras pessoas do grupo, até fiquei preocupada achando que algo sério teria acontecido.

Ao abrir as mensagens era só para me convidar a dar uns passeios pela cidade. Combinamos de nos encontrar no saguão do hotel para tomarmos café a lá parisiense e sair por aí e ver as maravilhas daquele lugar.

Então saímos a desbravar Paris, mas antes de mais nada precisávamos com urgência de uma pausa para o café, afinal meu dia só começara após uma bela e quente xícara de café. Sentamos em uma mesa em uma das cafeterias mais antigas de Paris, o CAFÉ DE LA PAIX. Enquanto nos deliciávamos no café parisiense quando levantei os olhos ao tomar um gole de café me deparei com aquela figura de homem parado na minha frente. Era Edgar, logo pensei "porque não estou surpresa? Arthur seu..."

- Bom dia a todos, bom dia bela Cecilia? Cumprimentou ele.

- Bom dia! Todos responderam

Ainda com a xícara na mão, á levantei em sinal de resposta ao seu bom dia.

- Posso me juntar ao grupo? Perguntou ele com olhos fixos em mim

- Claro, Deve! Respondeu Alex motivado.

Edgar acomodou-se a mesa conosco e ali tivemos uma interação muito divertida, foi nosso primeiro contato mais detalhado. Todos nós ainda estávamos com o efeito de êxtase da noite passada então o assunto rendeu, muitas resenhas e risadas. Passamos o dia aventurando em Paris e a noite chegou e fomos para mais um dia de evento.

No segundo dia houve um momento dentro das apresentações em que os grupos precisaram se distribuir em duplas e Edgar num impulso reagiu inesperadamente segurando minha mão.

- Cecilia me concede essa honra? Perguntou aflito

Eu, sem qualquer espaço de reação racional respondi:

- Sim, claro!

Todo o grupo olhando embasbacado. Começaram a dar sorrisinhos levianos, então levantamos e cada dupla escolhia seu tablado que continham duas poltronas e ali faríamos várias atividades relacionadas ao tema principal daquela noite. Após todas as atividades o grupo voltou a ficar reunido.

No fim do evento fomos ao happy hour para descontrair. A noite estava maravilhosa, tudo perfeito, pessoas incríveis e muito aprendizado.

- Prezados irei ao... como se chama em paris... toilette. Informei dando risada

Todos riram e cada um com suas piadinhas soltaram seus comentários (ui, que chique, olha ela...)

Me retirei e fui ao banheiro. Ao retornar para a mesa vi que meus novos amigos haviam me pregado uma peça. Ao me aproximar estava apenas Edgar sentado me olhando chegar com meio sorriso no canto da boca, então fiz de desentendida.

- Nossa! Cadê todo mundo?

- Já foram, estavam cansados, mas pediram para eu te avisar.

- Entendo, mas demorei tanto assim que não dava para esperar?

- Acredito que seu potencial em compreensão vai muito além disso. Relatou ele se fazendo entender sem precisar ser específico.

- Acredita? Que bom, assim não preciso me esforçar tanto. Respondi sem ficar por baixo.

- Vamos dar uma volta? aqui está muito barulho. Perguntou ele.

- Pois não!

Então saímos do local e fomos caminhar pela cidade das luzes, conversamos bastante, ele me contou suas raízes, contei as minhas, foi um papo muito agradável. A hora já estava bastante avançada e o cansaço começou a tomar conta de mim.

-Vamos? Estou cansada.

-Claro, deixo você no seu hotel em segurança mademoiselle

- Obrigada Monsieur.

- Acho que estamos nos tornando cidadãos franceses muito rápido. Disse ele.

Olhamos olho no olho, rimos e após os poucos segundos de risada veio aquele momento constrangedor onde o cenário ao redor gira, as pessoas somes, a rua fica a meia luz e eu quase consigo afirmar que pude ouvir o som de um acordeom francês tocando enquanto nossos olhos ficavam em pausa se encarando.

- É, mrum. Disfarcei com um som na garganta, saindo daquele transe momentâneo

- Bom, vamos então. Respondeu ele também disfarçando.

Edgar se dirigiu ao meio fio para chamar um taxi. Chegando ao hotel ele desceu do carro e abriu a porta para que eu descesse.

- Obrigada, Boa noite! Agradeci

- Boa noite! Bela Cecilia.

Caminhei para dentro do hotel, mas antes que passasse pela porta olhei para trás afim de me certificar se ele já haveria partido ou estaria esperando eu entrar. Ao olhar, mais uma vez nossos olhos se encontraram, dessa vez reagi depressa e entrei.

Nos dias seguintes as coisas começaram a ficar mais intensas e eu estava cada vez mais envolvida com tudo aquilo que estava vivendo, só que, como sempre digo, tudo que começa tem um fim e chegou o dia de retornar para a realidade da minha vida no Brasil. A despedida é sempre um momento tão triste, fiz excelentes amizades que apesar da distância, queria levar pra vida. Eu estava tão radiante que nada me faria sentir nenhum sentimento ruim. enquanto me encaminhava para o embarque, chegou uma mensagem no meu celular.

                                 "Bela Cecilia foi um imenso prazer conhecer você, es incrivelmente apaixonante, espero que possamos nos ver em breve. Faça uma boa viagem".

Dessa vez respondi.

                               "Monsieur Edgar, o prazer também foi meu, espero que muito breve. Tenha um retorno tranquilo".

Já dentro do avião, coloquei meus fones de ouvido, fechei meus olhos e revivi pela ultima vez todos os momentos inesquecíveis que aquele lugar mágico me proporcionou, eram doze horas de voo, teria tempo de sobra para lembrar de cada minuto.

"Até logo Paris, não sei quando, mas voltarei. Obrigada por tudo"

ANTES DA CATASTROFEOnde histórias criam vida. Descubra agora