Descobrindo o Desconhecido

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Em meio ao silêncio, o eco das palavras de Lena ainda repercutia no ar, criando um medo que enlaçava todos ali presentes.

— Aconteceu alguma coisa com a língua de vocês? — Sua voz era afiada como uma lâmina. — Vamos, desembuchem!

O mesmo guarda valentão que havia empurrado Kara, agora parecia menor, tremendo como uma vara verde.

— Senhora, nós... nós ainda estamos investigando.

Lena se virou para ele, cada passo soando como um prenuncio fatal.

— Você tem diploma em botânica?

— Não, senhora!

— Então como vai resolver isso? Você é imbecil? — Sua ironia era afiada. — Cale-se!

Ela então voltou sua atenção para os outros, lançando um olhar que parecia penetrar até seus ossos.

— Alguém com conhecimento aqui pode me dizer que diabos está acontecendo?

Uma militar de presença imponente se adiantou. Seus cabelos ruivos curtos, perfeitamente penteados, brilhavam como uma chama viva, um contraste marcante com a farda que vestia, como se estivesse pronta para liderar um exército.

— Parece que tivemos alterações na composição do solo, Madame.

— E quem seria você?

— General Alex, a sua disposição. — Sua saudação militar foi impecável.

— Uma General que entende de agricultura? Isso é novidade.

— Sou também engenheira agrônoma.

A Monarca Lena pareceu ponderar, seu olhar analítico fixado na General.

— Então me explique essas alterações.

— Suspeito de contaminação por toxinas externas.

— A Toca não é totalmente selada?

— Há brechas... infelizmente.

Um silencio caiu sobre elas, enquanto a Lena digeria a informação.

— Quero um relatório detalhado sobre isso. — Ela suspirou, por fim, se virando de costas para se retirar.

Porém ao passar novamente pela mulher caída no chão, parou de andar. Com gesto casual de dedo, chamou um dos seus subordinados que se aproximou rapidamente.

— Preciso de uma nova serva. — Suas palavras soaram como uma sentença na mente atordoada de Kara. — Ela serve.

— Ela, Madame? — O homem fez uma expressão de nojo ao mirar quem estava no chão.

Lena voltou a examinar Kara, como se avaliasse uma peça de mobília antiga, algo de valor incerto.

— Entregue as minhas ajudantes. Elas saberão o que fazer. — Com essa ordem final, se afastou, deixando atrás de si um rastro de temor e incertezas.

O coração de Kara batia descontroladamente e um medo avassalador a envolvia. O que isso significava? Uma nova serva? Seus pensamentos corriam desenfreados, cada um mais aterrorizante que o outro. Enquanto o homem de óculos enormes se aproximava, ela só conseguia pensar no desconhecido assustador que a aguardava.

— Você ouviu! — A voz dele soou ríspida e impaciente.

Aquele olhar frio só aumentava o medo em Kara. Suas mãos tremiam, lutando para se erguer.

Quando ficou de pé, ele a agarrou pelo punho numa força bruta, seus dedos como garras a arrastaram pelo corredor como se ela fosse um objeto sem importância.

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