Terra.

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Deitada em sua cama estreita, Kara contemplava o teto com um misto de antecipação e inquietação.

O silêncio da noite pairava ao redor, mergulhando-a em seus próprios devaneios.

Cada pensamento girava em torno de Lena. Estava sentindo falta da sua presença, da cama espaçosa onde podia se aconchegar a ela, ou da forma como seus olhos brilhavam. A cada batida do seu coração, sentia uma conexão inexplicável.

Enquanto a urgência da missão Aurora se aproximava, Kara sabia que precisava descansar.

A lembrança do plano meticulosamente traçado para aquela madrugada era um eco constante em sua mente.

Às duas horas e quarenta minutos da madrugada, estaria de pé, pronta para ir com Lena até a estufa, dando o primeiro passo na jornada para fora da Toca.

A gravidade da missão e a responsabilidade que sentia parecia aumentar a cada instante.

Precisava encontrar um pouco de descanso, preparando-se para as horas que viriam.

Logo fechou os olhos com um suspiro profundo, tentando acalmar seus pensamentos tumultuados.

De repente foi tomada por um sobressalto quando o som de batidas na sua porta ecoaram em meio ao silêncio.

Seu coração disparou, a pegando de surpresa.

Com passos cuidadosos, se levantou, dirigindo-se à porta.

Ao abrir, um sorriso brotou em seus lábios ao ver quem era ali. Lena, a pessoa que estava tirando seu sono.

Porém, o sorriso foi desvanecendo quando percebeu a expressão abatida no rosto dela, captando os sinais de que algo não estava bem.

— Estou passando um pouco mal. — Ela admitiu, sua voz parecendo fraca.

Kara não perdendo tempo, abriu mais a porta, permitindo que ela entrasse rapidamente.

— O que aconteceu? — perguntou preocupada, trancando a fechadura atrás de si.

— Acho que foi a pílula que tomei mais cedo. — Explicou, apoiando-se na parede para sustentar seu corpo um pouco trêmulo.

Kara se aproximou dela, pousando gentilmente a mão em sua testa para verificar se havia febre.

— Estranho... você está um pouco gelada. — Achou esquisito, uma expressão de preocupação passando pelo seu rosto.

Enquanto Lena observava o espaço apertado, seus pensamentos escaparam em palavras.

— Aqui é bem pequeno. — Comentou, curiosa e absorta.

Kara sorriu, deixando transparecer um pouco de afeto, diminuindo a tensão do momento.

— Comparado com o que eu tinha antes, me sinto em um palácio. — Respondeu, seu sorriso gentil iluminando seu rosto.

— Acho que preciso me sentar. — Disse Lena, referindo-se ao mal-estar.

No entanto, Kara determinada a cuidar dela, com um toque de carinho, sugeriu:

— Deita aqui. — Indicou sua cama de solteiro.

Lena assentiu com a cabeça, tirando os sapatos e se deitando.

Logo, Kara aconchegou-se ao seu lado, dividindo a cama limitada.

Um riso suave escapou delas quando o espaço estreito tornou-se evidente.

— Está um pouco apertado. — Kara fez uma careta, quase caindo.

— Eu gosto assim. — Confessou Lena, a fitando com um olhar carinhoso. — Posso ficar mais coladinha em você.

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