A verdade precisa ser dita

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Harry precisou se acalmar bastante antes de ver como suas filhas estavam. Tem algo que ele sempre achou errado na paternidade ou maternidade, é pais fingirem serem invencíveis ou inquebráveis, que nada os abala, sempre fortes, não importa o que aconteça nada irá os abalar ao ponto de derrubar e ele acha isso a maior tolice de se fazer porque não existe ninguém forte para sempre, você não será um pai ruim se mostrar ao seu filho que o que ele falou ou fez o magoou ao ponto de chorar, você não será um pai ruim se mostrar ao seu filho que uma situação também pode o destruir. Ele acredita que, crianças precisam aprender desde novos que suas ações têm consequências, elas boas ou ruins, que todos tem seus dias ruins e coisas que podem o machucar porquê ninguém é de ferro, isso da oportunidade para a criança crescer mais empata e entender melhor os sentimentos dos outros.

Ele foi até o quarto de Lili, ela com seus olhos azuis e cabelos loiros não tão claros como o da irmã, o rosto mais arredondado e uma pele não tão branca como a irmã por conta de ser mais ativa ao ar livre, seu rosto e olhos estavam vermelhos, ela havia chorado recentemente e reconheceria a quilômetros, se sentou ao lado dela começando a conversar e demorou para fazer a pergunta "Está bem?" e a resposta que teve, aceitou e concordou, por mais que tenha o deixado angustiado.

— Está tudo bem, pai, amanhã tenho sessão com a terapeuta.

— Sabe que estou aqui para o que precisar, não é? — Perguntou beijando o rosto da menina.

— Eu sei, mas, antes de conversar com você, eu quero falar com ela — Explicou Lili — Pai, tem muitas perguntas na minha cabeça e algumas, eu não sei se quero mesmo a resposta ou só quero a resposta que eu quero escutar, entender e conversar com a terapeuta me ajuda.

— As vezes sinto que vocês falam mais com ela do que comigo — Harry brincou, fingindo ciúmes para quebrar o clima.

— Quase tudo que conto para ela, eu conto para você depois.

— Quase? — Questionou surpreso.

— Eu tenho uma zona de conforto — Ela sinalizou um grande círculo, fazendo o desenho imaginário no ar — O que converso com conhecidos, o que converso com amigo — Um círculo menor — O que converso com melhores amigos e pessoas que tenho muita intimidade, o que converso com Ammy, o que converso com você e o que converso com a terapeuta — A cada conversa, ela desenhava um circulo menor dentro do anterior.

— Zona de conforto — Harry entendeu o que ela quis dizer.

— É, zona de conforto.

— Eu amo tanto você, Lilium Blue — Murmurou ele, apertando a filha em seus braços, beijando-a no rosto mais uma vez.

— E eu amo muito você também, pai — Ela devolveu — E eu nunca, nunca mesmo, vou deixar ninguém me levar para longe de você.

— Eu iria até o inferno por você e sua irmã, é tudo que tenho de mais valioso.

— É bom — Murmurou e Harry se afastou sem entender — A sensação de ser amada, é bom.

— Eu trato vocês como princesas, para que quando encontrarem alguém com quem se relacionarem, sempre lembrem como merecem ser tratadas — Harry afirmou, retirando alguns fios de frente do rosto dela.

— Duas princesinhas mimadas que nunca andaram de transporte público, bolsas, sapatos e roupas que a mais barata é trezentos euros? — A pergunta dela foi retorica e com humor — O senhor criou duas mimadas.

— É, eu criei duas mimadas — Concordou rindo junto dela — Então, só aceite alguém que mime você igual!

— Essa vai ser difícil — Lili arregalou os olhos rindo um pouco mais alto.

Ok, essa é a minha famíliaOnde histórias criam vida. Descubra agora