Dia da mudança

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Faltava duas semanas para começar as aulas, Ammy, Sam, Lili e Lucca estavam terminando de arrumar suas coisas, Harry contratou um caminhão para levar todas as caixas com pertences deles, coisas que não caberiam nos carros, que não eram necessárias de levar dentro do carro para poupar espaço. Levaram a semana inteira para arrumar tudo que queriam levar, de roupas, sapatos, acessórios, objetos e moveis, Lili se negou a comprar outra cama e queria levar a sua de casa, mas, ao mesmo tempo ela precisava de uma cama para deixar em casa para quando fosse passar as noites.

— Essa — Lili bufou colocando a caixa na mesa — É minha última caixa.

— Quantas caixas você empacotou, filha? — Harry perguntou pegando a caixa para levar ao caminhão.

— Algumas só, talvez... — Pensou um pouco fazendo as contas — Dezessete.

— Dezessete caixas, o que tanto está levando se vai voltar para casa todos os dias?

— Eu quero que meu quarto de lá fique como o meu quarto daqui, quero me sentir verdadeiramente em casa, gosto do meu conforto e tudo do meu jeito — Lili se explicou de maneira bem firme.

— Tudo bem, está ansiosa para conhecer a universidade?

— Um pouco, estava vendo as fotos, parece muito legal, além do que conhecemos na visita.

— Tenta fazer amigos, querida, vai ser bom — Harry aconselhou seguindo para fora da casa, o caminhão estacionado em frente a casa.

— Eu vou tentar, mas, não prometo nada — Deixou avisado — Nossa, os vizinhos não podem ver nada estranho que ficam em cima que nem urubus.

O bairro para qual se mudaram era um condomínio, regras, casas padronizadas, tudo muito bem feito, um grupo onde os donos da casa estão para receberem avisos ou marcarem reuniões e algo que prestaram atenção, os vizinhos são bastante curiosos. No dia da mudança alguns ficaram por horas em frente as suas casas observando, sem ao menos disfarçar que estavam fazendo algo e não observando a vida alheia. Louis quem não gostou, disse que estavam olhando torto para as crianças e Harry precisou o distrair para esquecer isso.

— Poderíamos cobrar para nos assistirem, o que acha? — Harry brincou colocando a caixa no caminhão.

— Vocês vão ficar lá com a gente até o primeiro dia já faculdade, né? — Perguntou receosa, parando na calçada.

— Claro que sim — Afirmou se virando para filha, observando os olhos azuis assustados — Quer tomar um chocolate quente e conversar?

— Aceito.

Estendeu a mão para que a menina segurasse, entraram juntos na casa indo direto para cozinha, com a ajuda de Lili, Harry fez uma quantidade grande de chocolate quente, serviu as duas xícaras colocando os marshmallow boiando e avisou em voz alta para quem quisesse tomar. Em poucos segundos Mateo, Lucca e Louis desceram as escadas entrando direto na cozinha perguntando quanto tinha feito e se tinha biscoitos. Chamou a mais nova para saírem da cozinha e deixar os três bagunceiros sozinhos, a levou até a sala onde se sentou na poltrona e a menina em seu colo, encostando a cabeça em seu peito.

— O que te preocupa? — Perguntou Harry, iniciando a conversa.

— E se eu não gostar? Se eu não me adaptar? Se nada for como eu quero? E se não gostarem de mim?

— Por partes, tudo bem? — Harry achou melhor ir devagar — Não tem como saber se vamos gostar ou não, tudo que é novo é estranho, confuso e pode ser desconfortável porquê é novo, não conhecemos, os primeiros dias são sempre difíceis.

— Para Lucca, Ammy e Sam isso está parecendo tão fácil.

— A experiência é individual, não coletiva e sabemos que nada para Ammy é fácil, ela só sabe disfarçar ou fugir quando questionada — Explicou sobre sua mais velha — Acredite, eles estão tão assustados quanto você.

Ok, essa é a minha famíliaOnde histórias criam vida. Descubra agora