5) Dia Infernal

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3 ANOS ATRÁSFaith Ryen

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3 ANOS ATRÁS
Faith Ryen

Eu nunca teria descobrido a punição para as garotas por irem até o lado errado. Eu descobri. Eu vivi. Eu choro por isso.

Por um simples vídeo que não apaguei. Mesmo tendo tomado banho, ainda sinto as mãos de Callie passear pelo meu corpo.

Meus olhos se enchem de lágrimas me lembrando da maneira como ela me obrigou a ficar nua.

Callie apareceu com um papel escrito e assinado pelo prefeito da cidade para me punir. Estava bêbada, como sempre. Se ela não estivesse, ia me tocar sem a minha permissão mesmo assim.

Eu
fui
estuprada
pela
minha
madrasta.

Vídeo idiota. Como fui burra, uma idiota, uma sem noção...

Abre essas pernas, quero que as mantenham bem abertas
Suas mãos vão ficar amarradas
Vai ser rápido, eu prometo.

É horrível a sensação, desejo que meu corpo seja arrancado, minha pele tem que ser queimada... Eu não merecia estar passando por isso.

̶É̶ ̶a̶ ̶r̶e̶g̶r̶a̶ ̶d̶a̶ ̶c̶i̶d̶a̶d̶e̶.̶
Que regra estúpida.

Não quero que nenhuma pessoa me toque. Não quero ser tocada por ninguém.

̶B̶u̶r̶r̶a̶ ̶b̶u̶r̶r̶a̶ ̶b̶u̶r̶r̶a̶ ̶b̶u̶r̶r̶a̶ ̶b̶u̶r̶r̶a̶.̶

Observo bem a lâmina. Lágrimas saem do meus olhos lembrando das cenas trágicas que passei.

Ela não podia ter feito isso. ̶S̶e̶r̶i̶a̶ ̶m̶e̶l̶h̶o̶r̶ ̶e̶l̶a̶,̶ ̶o̶u̶ ̶u̶m̶ ̶h̶o̶m̶e̶m̶?̶  Não importa, ela fez errado e além do mais, foi só um vídeo.

Sem pensar duas vezes, pego a faca e anda até a sala. A TV está ligada em um desenho infantil, Callie está com a latinha na mão e ri parecendo uma idiota.

Afirmo a faca na minha mão e me aproximo dela em passos lentos. Callie solta outra risada e joga a latinha de cerveja no chão.

Ataco ela, cravando a lâmina na sua barriga. Callie rapidamente se levanta do sofá, me empurrando para longe dela.

Ela cai no chão gemendo de dor e me aproximo dela.

— Sua vadiazinha... O que está fazendo?

Sua mão foi até a lâmina e puxou, o sangue foi saindo. Callie não gritou em nenhum momento, o álcool deve ter anestesiado por algum momento, mas agora ela grita para caramba.

— Isso mesmo, grite. — falo e Callie se cala. — Quando eu gritei não várias vezes, você não parou...

— Você estava recebendo sua punição.

— Que se foda a porra da punição... Eu não fiz nada de errado.

Fui chegando perto dela. Eu estou com tanta raiva que começo a chuta-lá. Os seus gritos se intensificam. A porta foi escancarada, revelando policiais.

Continuo a chuta-lá, mesmo com os policiais me observando. Sou impedida de chutar seu rosto por um policial que me agarrou por trás e me afastou a força de Callie.

— Se controle!

Eu gritava e esperneava nos braços do policial, até que me acalmei e respirei fundo.

— Me solta... Me solta. — eu pedia repetidamente. — Não quero que você me toque.

— Soldado, não escute ela. — começa Callie, depois de receber a ajuda que precisa e ainda pressiona o machucado. — Ela está louca, precisa de um psiquiatra.

— Sra. o que você é dela?

— Sou apenas a diarista da casa, ela nunca gostou de mim...

— Mentirosa! — acuso. — Sua vadia mentirosa.

Callie continuou contando mentiras, os polícias parecem acreditar nela. Afinal, ela foi a vítima na visão deles.

— Ela está passando por uma sessão de psiquiatra no manicômio, só faz duas semanas que não foi e já... Que Deus me perdoe... Ela voltou a ter algum tipo de demônio no corpo.

Callie está chorando falsamente. Como ela tem coragem de fazer isso?

De vítima, fui para a agressora.

— É mentira dela...

Não aguentava mais repetir essas palavras que não adiantam em nada. Os polícias não vão acreditar em mim. Sou apenas uma garota que recebeu a sua punição e não gostou nada disso. Isso é normal pra eles.

— Vamos leva-lá para a delegacia.

— Faça isso, Sr. policial, não quero que ela tenha essa crise novamente e ataque outras pessoas inocentes... — diz Callie, com uma voz tão angelical.

̶D̶e̶m̶ô̶n̶i̶o̶.̶
̶S̶a̶t̶a̶n̶á̶s̶ ̶m̶a̶l̶d̶i̶t̶o̶.̶

Eu decido parar de lutar e apenas deixar o destino trabalhar. Estou cansada e minhas lágrimas estão secas nas minhas bochechas.

O policial ainda está me prendendo a ele. Eu opto por não escutar as conversas deles, não quero mais escutar mentiras estúpidas de Callie sobre mim.

— Vamos leva-lá. — diz o policial.

O outro que está me segurando, aperta meu antebraço e me puxa para fora da casa. Meus olhos saem lágrimas contra a minha vontade. A minha vontade é de apertar aquele pescoço daquela vagabunda.

̶A̶p̶e̶r̶t̶a̶r̶ ̶a̶t̶é̶ ̶e̶l̶a̶ ̶m̶o̶r̶r̶e̶r̶.̶
̶M̶o̶r̶r̶a̶.̶
̶Q̶u̶e̶ ̶a̶ ̶m̶o̶r̶t̶e̶ ̶a̶ ̶c̶a̶r̶r̶e̶g̶u̶e̶ ̶e̶ ̶a̶ ̶l̶e̶v̶e̶ ̶p̶a̶r̶a̶ ̶o̶ ̶i̶n̶f̶e̶r̶n̶o̶,̶ ̶q̶u̶e̶ ̶o̶ ̶d̶i̶a̶b̶o̶ ̶f̶a̶ç̶a̶ ̶c̶o̶i̶s̶a̶s̶ ̶p̶i̶o̶r̶ ̶d̶o̶ ̶q̶u̶e̶ ̶a̶ ̶m̶o̶r̶t̶e̶.̶
Queime no inferno.

̶Queime no inferno

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— Para todas as pessoas que passaram pelo trauma do estupro, saibam que vocês não estão sozinhas. O que aconteceu não é culpa de vocês, e vocês merecem apoio, respeito e cuidado. É importante buscar ajuda de profissionais de saúde mental e organizações de apoio para ajudar na sua jornada de cura e recuperação. Vocês são fortes e merecem viver uma vida plena e feliz, apesar das dificuldades que enfrentaram.

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