Capítulo 18

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Apesar de tudo, Barcode dorme ao lado de Jeff.

Não juntos, ao lado.

E provavelmente só porque chorou até estar exausto demais para resistir.

Jeff o observa por um tempo assim que abre os olhos pela manhã. O próprio peito apertado com a ideia de ele não aceitar o que não tem mais como voltar atrás. É muito pior ter alguém não querendo estar apaixonado por você do que simplesmente não estando.

Decide se levantar primeiro. Alcança a própria camiseta e a veste no caminho para o banheiro. Uma olhada na banheira e se lembra de como pensou que Barcode fosse gostar de ser mimado com um banho de espuma quando escolheu aquele quarto. Com um riso fraco, também se lembra de como na noite anterior os banhos foram sem graças e solitários no chuveiro mesmo.

O próprio rosto está uma bagunça da noite mal dormida, assim como os cabelos depois de ter se deitado com eles ainda molhados, mas Jeff não se importa realmente com isso agora. Depois de fazer o que é preciso e deixar o banheiro, pede no tom mais baixo que consegue que o serviço de quarto leve o café da manhã.

Ainda pode tentar mimá-lo um pouco, afinal.

Barcode se mexe assim que batem na porta. Jeff se levanta da cama novamente e recebe a bandeja com um agradecimento breve. Ao se virar já o encontra se sentando, fisicamente em uma situação um pouco pior que a sua.

— Bom dia. — Diz baixo quando se aproxima e coloca a bandeja na frente dele, ocupando o lugar do outro lado dela. — Bem na hora.

Barcode não ergue os olhos para além da altura da bandeja e as mãos alcançam direto a jarra com água de coco que obviamente pediu para ele. Se serve e bebe em grandes goles antes de servir mais. Jeff sorri leve.

— Conseguiu descansar? — Pergunta quase cuidadoso, os olhos ainda tentando capturar os dele.

Ele assente com a cabeça, mas depois nega, ainda sem responder em voz alta.

Mesmo na clara confusão que o outro se encontra, Jeff não consegue não o achar ridiculamente adorável. A vontade é de beijá-lo até arrancar o bico leve que ele tem nos lábios.

Aos poucos Barcode começa a explorar a bandeja e comer um pouco. O mais velho também se serve de algumas coisas e bebe um pouco de suco, tudo em um silêncio que, embora um pouco estranho, não deixa de ser confortável.

— Podemos conversar? — Jeff pergunta baixo depois de deixar o copo vazio.

Barcode já não come mais. Ergue os olhos rapidamente antes de desviá-los mais uma vez e assentir com a cabeça.

— Mas eu não sei o que dizer. — Solta em um murmúrio.

— Tudo bem, não precisa saber. — Com um suspiro, Jeff empurra a bandeja para o lado e se aproxima um pouco mais dele. — Eu quero saber como você tá se sentindo.

O mais novo mexe nos próprios dedos com as mãos caídas no colo. É visível quando seu nariz começa a ganhar cor.

— Mal? — Ergue os ombros.

Jeff precisa desviar um pouco os olhos quando ele diz isso e mexe no edredom sob as pernas. Assente devagar com a cabeça e o olha de novo.

— Eu achei que a gente estivesse se dando bem, Code. — Diz tão baixo e, pela primeira vez, deixa transparecer na voz a própria chateação com a reação dele. — Eu sei que é confuso, que não foi como o esperado, mas essas coisas a gente não controla.

— Mas eu não quero. — Barcode responde tão firme que é quase como um soco.

Jeff continua olhando para ele, engolindo com alguma dificuldade enquanto espera que ele diga mais alguma coisa. Qualquer coisa. Quando não vem, olha para cima e respira fundo, em seguida esfrega os olhos e afasta o cabelo do rosto.

[PT] All of Barcode (and Jeff's) first times in KoreaOnde histórias criam vida. Descubra agora