Torre

Carapaça

O sol não fere mais a minha pele, não me sinto inseguro ao andar pelas ruas do reino, sinto que evolui muito nesse tempo que passei em aventuras com Félix mas confesso que sinto falta do sossego da minha casa, levantar de manhã e ajudar a minha mãe a colher os tomates que plantamos ou até mesmo ajudá-la a preparar nosso jantar, sinto falta da simplicidade, sinto falta dela.

O dia começa, a taverna parece estar agitada, diferente dos outros dias, consigo ouvir os passos, as risadas, os cochichos e a música que era tocada no recinto, vejo o esforço das dançarinas para animar o lugar e confesso que me sinto feliz em ver outros aventureiros se divertindo, tomando cerveja e apenas comemorando algo com seu grupo, talvez eu esteja sentimental hoje, faço o pedido do cardápio do dia enquanto me sento.

Félix: Tem algo em mente para fazer hoje pirralho?

Viktor: Você tem que parar de me chamar assim, seu gato seboso, podemos ver o quadro de missões hoje, o que me diz ?

Félix: Cansou da torre?

Viktor: Um pouco, sempre os mesmos monstros e situações fica enjoativo, apesar que já estamos próximos ao fim do primeiro andar, o que podemos encontrar na última sala?

Felix: Bem, um boss, agora qual, eu já não sei te dizer, é sempre uma nova surpresa.

Viktor: Imagine se encontramos um mago.

Dou uma risada baixa olhando para Félix e nossa conversa é brevemente Interrompida por nossa comida sendo servida, agradeço pelo ato enquanto posso ver o meu reflexo na sopa de legumes com o líquido se movendo lentamente para os lados por conta do balanço que o recipiente havia sofrido, toco a colher apenas mexendo na comida e calado.

Félix: O que houve garoto, parece mais quieto do que o normal.

Viktor: Não é nada, já fazem meses que caminhamos por essas terras, belas demais e uma saudade da minha mãe bateu, sinto falta dela.

Félix: Oh Viktor, não imaginava ver você assim por conta da sua mãe, é estranho ver você desanimado rapaz, vou achar uma boa missão para a gente fazer e espantar essa tristeza.

Ele me olha e sorri saindo logo em seguida de perto de mim e se aproximando do quadro de missões, como um gato ele escala onde pode, para ler o que está escrito.

Ele logo volta para perto de mim, mostrando um papel que está envolto a seus lábios, o pego dando uma lida naquilo.

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                   [Lagarto ]

Um vilarejo próximo ao Reino vem sofrendo com constantes ataques de lagartos gigantes, moradores relatam que além de sua imensa força, contam
com uma pele impenetrável e uma ajuda é requisitada urgentemente!
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Vikor: Não tem recompensa?

Félix: Bem, provavelmente o pagamento não envolve dinheiro, quem sabe não ganhamos um item lendário.

Seus olhos brilham enquanto ele fala e imagina uma arma poderosa em suas mãos, dou uma pequena risada por sua empolgação que é aflorada pela primeira vez.

Viktor: Fofo.

Félix: Se liga hein rapaz, tá me estranhando.

Trato de comer primeiro, me levantando assim que me sinto satisfeito, saímos sem pressa da taverna após deslocarmos informações sobre o vilarejo, percebemos que o lugar seria afastado de Umore, então solicitamos uma carroça, já que iremos viajar 2 a 3 dias se fossemos andando, a viagem se encurtou, passamos por um caminho tranquilo, confesso que não me lembro de ter sido atacado por algum animal selvagem, a única coisa que sempre me recordo é como a vegetação de todo o reino é exuberante, além do animais que só ouvi falar em livros, carne era um luxo em casa.