Um

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Eai, pessoas!
Tudo bom?!

Aviso pra vcs: essa fic é adaptação e eu sou sem criatividade pra nome, então n vou mudar o nome da cidade e nem o de alguns personagens originais, mas n é nada q vá alterar o sentido da história.

Espero que gostem e boa leitura 💕💕🌙

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Pov Juliette



Jericho era, em poucas palavras, um lugar estranho. Um pequeno vilarejo que não prosperava, até a elite tinha problema em manter suas riquezas. Uma terra que dava poucos frutos. Lar de um povo que vivia assustado por causa de lendas. Supostamente, vampiros, bruxas e lobisomens rondavam a floresta. “Não se aproximem das árvores durante a noite”, nos alertavam. Acontece que esses contos nunca me assustaram, apenas aguçavam minha curiosidade sobre o que havia entre aquelas árvores retorcidas.

Um dia eu saí escondida, fui atrás do meu pai, ele estava indo caçar e eu apenas queria conhecer a floresta, mas acabei me perdendo. Foi nesse dia que conheci aquela garota.

Na época ela tinha a minha altura, seus cabelos eram lisos e loiros, chegando um pouco abaixo dos ombros, seus olhos eram verdes como as folhas no verão, até naquela época meu pequeno coração disparou, mas só consegui entender esse sentimento anos mais tarde. Naquele momento nos tornamos amigas e inseparáveis.

Sarah Andrade.

Ela era corajosa. Me tirou da floresta naquele dia depois que me ajudou a atirar uma flecha e matar um coelho. Voltei para casa com o pequeno animal nas mãos e acabei não sendo repreendida, como o esperado. Meu pai estava aliviado por eu ter voltado e me prometeu que me levaria com ele a partir dali, já que eu queria tanto aprender.

Naquele dia de sol eu não apenas fiz uma amiga, eu descobri que poderia contar com a minha família. E foi isso que eu fiz.

Alguns anos mais tarde eu descobri o que eram sentimentos, o que eram hormônios, e tive uma grande surpresa quando descobri que era errado me sentir atraída por minha melhor amiga, porque éramos duas mulheres. Aquilo não fazia o menor sentido, foi ridículo e, provando mais uma vez que era com eles que eu deveria contar, meus pais me acolheram, entenderam e apoiaram.

Eu estava feliz e fiquei ainda mais quando finalmente consegui conversar com Sarah e contar o que sentia, que, para minha surpresa, era recíproco.

Dois anos depois dessa declaração ainda estávamos juntas, éramos um casal, mesmo que ninguém além das nossas famílias soubesse. Tínhamos nosso cantinho na floresta, passávamos a maior parte do dia lá, com a desculpa que estávamos caçando ou procurando flores, o que servisse mais para despistar as pessoas da aldeia, as vezes até passávamos dias, só tínhamos que voltar com alguma caça grande, o que não era um problema.

Eu amava aquele lugar, tanto quanto amava minha namorada. Os anos fizeram bem para ela. Os cabelos agora eram um pouco mais curtos, ela estava mais alta que eu e agora havia aquelas cicatrizes no rosto, algo que, para mim, só a deixava mais atraente. Ela as havia conseguido em uma de suas caçadas, já que, assim como o resto de sua família, vivia do abate de animais silvestres para segurança ou alimentação.

— No que tanto pensa? — me perguntou com a voz baixa.

Estávamos deitadas na cama da nossa cabana, a lareira estava acesa e iluminava o lugar, além de nos manter aquecidas, visto que estávamos sem roupa.

— No quanto você é linda. — passei os dedos de forma suave pelo seu rosto, demorando um pouco mais nas cicatrizes de garras ao lado do seu rosto, até hoje me perguntava como seu olho não foi afetado por aquilo.

— Não mais do que você. — sorriu virando na cama e me fazendo ficar deitada de costas, com ela por cima de mim — Nada se compara a sua beleza, meu amor. Nem a lua cheia consegue ofuscar o brilho dos seus olhos. — ela era uma verdadeira poetiza.

— Meus olhos são castanhos, Sarah. — ri e tentei afasta-la um pouco, precisávamos voltar para a vila.

— Mas brilham como a primeira estrela que aparece no céu. — beijou a ponta do meu nariz, me fazendo sorri boba e morder o lábio um pouco envergonhada — Não podemos passar mais essa noite aqui, não é? — apesar da pergunta ela aproximava minha boca da sua, mas sem tirar os olhos dos meus.

— Infelizmente, não. Já é nosso terceiro dia aqui. — passei as mãos atrás do seu pescoço e acabei com a distância que havia entre nossas bocas. Não é porque temos que ir embora que eu não posso beija-la mais um pouco.

— Vamos logo, antes que escureça. Essa floresta é perigosa. — se apoiou nos braços para poder levantar e logo me ajudou.

— É claro, está cheio de bruxas e lobisomens por aí. — ela riu negando ao mesmo tempo que procurava suas roupas.

Posso não ter vivido muito, só tenho 18 anos, nem ter tanta certeza das coisas, mas se há uma coisa que tem meus pensamentos com todas as forças, é que não a forma ou chance de que eu possa, queria ou consiga amar ou desejar alguém que não seja Sarah Andrade.

Vestimos nossas roupas sem pressa, arrumamos as poucas coisas que estavam fora de ordem, apagamos o fogo e tomamos nosso rumo de volta a Jericho, levando apenas algumas frutas conosco.

A cidade era fria, a neve deixava o chão branco e nos obrigava a usar sapatos e roupas grossas e quentes, o que não era algo tão ruim, já que era fácil esconder qualquer marca das minhas aventuras com Sarah, que geralmente ficavam entre meus ombros e seios.

Estávamos na frente da minha casa, meu pai, Lourival, havia nos visto chegar e estava conversando com Sarah. Ele sempre gostou muito dela, toda sua família era grande cliente do meu pai, que era um dos ferreiros da cidade.

A loira já estava saindo de lá quando escutamos a voz alta de um dos nossos vizinhos, ou quase isso. Daniel era um rapaz que fora criado pelo padre da cidade, que não parecia ser muito bom da cabeça. Por várias vezes Daniel era visto espionando a casa de várias pessoas, se aproximava de mais de mulheres durante as missas e, como se não bastasse, era extremamente temente a tudo que seu pai de criação lhe falava, o que rendia vários surtos sobre bruxas e seres das trevas rondando a cidade.

— Vejam! A bruxa dos Freire retorna a casa! — começou. Tive que suspirar e olhei para meu pai e Sarah, que apenas me encararam de volta com a mesma expressão de cansaço e voltaram a olhar o rapaz.

Aquela história já era velha.

Minha família sempre foi dita como estranha. Minha mãe, Fátima, estava sempre sorrindo e tinha algumas boas amigas, meu pai era sempre muito leve, os problemas cotidianos não o afetavam da mesma forma que aos demais, ele sempre preferiu resolver as coisas com um sorriso e bastante paciência e não resmungando pelos cantos. Meu irmão, Arcrebiano, mais chamado de Bil, era extremamente inteligente, era um ótimo atirador, construía qualquer coisa que pedissem a partir de uma barra de ferro, um verdadeiro prodígio. E eu, bom, tinha 18 anos, adorava estar em caçadas e era solteira, pelo menos na visão deles, ou seja, uma bruxa.

— Três dias! Três dias e duas noites que ninguém a achava por entre as ruas dessa cidade. — queria muito que tivesse sido por mais tempo — E, justamente, depois do ataque que sofremos, ela retorna! — a esse ponto várias pessoas já estavam na rua vendo aquela gritaria — Vocês podem querer negar, mas ela é a culpada! Ela é a dona de todo esse caos! Foi ela que trouxe o cão infernal para nossas vidas, de volta para nossa aldeia! É ela a bruxa e eu vou provar isso! Vocês verão! — e saiu de lá trocando os pés. Ele estava bêbado, de novo.

Fiquei alguns instantes em silêncio, apenas olhando de meu pai para Sarah, que estava tão confusa quanto eu. Lourival, por outro lado, parecia tentar arrumar um jeito de nos explicar o que estava acontecendo.

— Entrem logo. — não sei quando minha mãe chegou naquela porta, mas ela estava lá — Você também, Sarah.

Quando meu pai não tinha palavras, era Fátima a responsável por explicar qualquer acontecimento ali, desde coisas simples até comunicados sobre a falta de material ou atraso de produtos na serralharia.

— O que aconteceu? — perguntei me sentando no estofado que havia na sala.

— Não sabemos ao certo o que foi, mas uma garota foi atacada perto do rio durante a manhã. — aquilo sim era novidade — Estão dizendo que foi um lobo, mas ninguém tem certeza de nada. Mas vocês já sabem, tudo de estranho que acontece nesse lugar é culpa nossa. — suspirou alto, batendo as mãos nas próprias coxas — Por curiosidade, onde vocês estavam essa manhã?

— Na cabana. — meus pais sabiam onde ficava e não precisavam de muitas explicações quando ela era mencionada — Ficamos a manhã toda dormindo. — concluí, o que não era mentira, e Sarah concordou comigo.

— Estávamos lá até agora a pouco. — me apoiou.

— Não viram nada?

— Não, mãe. — tentei responder com calma, mas sua insistência já estava me tirando a paciência. Por que eu iria mentir?

— Juliette...

— Mãe, a gente tava transando. Não ficamos prestando atenção em quem andava pela floresta. — Sarah sempre ficava constrangida quando eu falava algo assim, mas a reação dela sempre deixava minha afirmação mais real, o que ajudava a nos livrar de mais um interrogatório.

— Vai ficar aqui, Sarah? — minha mãe quis mudar de assunto, finalmente, enquanto meu pai permanecia vermelho ao seu lado.

— Ah, não. Eu tenho que falar com meus pais. — se inclinou até mim e beijou minha testa — Depois nos vemos, meu amor.

Me levantei, a levando até a porta, apenas acenando quando ela já estava a alguns passos de distância.

Por mim eu sairia dessa cidade, iria me perder com ela na floresta, nos esconder lá, para que pudéssemos ter a vida que quiséssemos, sem ter que nos limitar com toques ou palavras de carinho.

Voltei para a sala encarando minha mãe, que me olhava com um sorriso contente no rosto. Era sempre assim quando eu voltava para casa, ela sempre queria saber tudo o que havia acontecido. No começo era bem chato, mas depois de um tempo passou a ser divertido, era como conversar com uma amiga.

— Vocês deviam nadar um pouco mais naquele lago. — começou.

— Mãe.

— Desculpa, desculpa. — eu tive que rir — Mas vocês sempre tem um cheiro muito forte quando voltam. E, por falar nisso, já pro banho! — levantei rindo e fui fazer o que ela mandou.

Fátima sempre comentou que eu voltava fedendo para casa, algumas outras vezes já havia mencionado que era o cheiro de Sarah, eu nunca senti nada diferente, desde criança era a mesma coisa. Ela tinha sim uma fragrância um tanto peculiar, mas não era algo fedido.

Bom, de qualquer modo, um banho nunca matou ninguém.

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Pov Sarah



Lobo. Ora essa e ainda achar que Juliette fez alguma coisa? Os Freire podem ser excêntricos nos seus trejeitos, mas não são capazes de fazer mal a uma mosca, imagino que apenas em medidas extremas, mas esse não é o caso.

Sai da casa de Juliette pensando no que poderia ter acontecido. Aqui não temos muitos lobos e eu tenho propriedade para falar sobre isso, além do mais eles não atacam sozinhos, então não haveria sobrado nada da pobre menina.

— Cheguei. — anunciei ao passar pela porta.

— Onde estava? — era impressionante como eles sempre esqueciam para onde eu ia.

— Estava com Juliette, na cabana. — tirei meu casaco, o colocando em um prego preso atrás da porta. Essa casa era ridiculamente quente — O que aconteceu com a menina no lago?

— Quem te contou?

—  Fátima. — meu pai apenas assentiu e respirou fundo — Estão dizendo que foi um lobo.

— Porque foi um lobo. — ele bufou e passou as mãos nos poucos cabelos que lhe restavam — Só pelo seu cheiro eu sei que não esteve no rio a um tempo. — revirei os olhos com vontade de rir, era o perfume de Juliette — Vai tirar esse cheiro de limão do corpo, vamos sair pra caçar o quanto antes.

— Sim, senhor.

Era nosso dever proteger esse lugar, era nosso lar e não queríamos problemas aqui. Então, como bons caçadores, era nossa responsabilidade achar e acabar com esse lobo antes que mais alguém fosse ferido ou antes que outra pessoa viesse dar conta do serviço.

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Eai, oq acharam?
Comentem e votem q eu quero saber.

Como eu disse lá em cima, isso é uma adaptação, então vão ter uns nomes diferentes e vcs me avisem se em errar em algum momento.

Bom, espero q tenham gostado e, dependendo de como esse cap se saia pode ser q eu traga mais coisa.

Espero que tenham gostado e até mais 💕💕🌙

Noite de Lua - Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora