Você aguarda pacientemente que o cafeeiro resfrie um pouco,
Para evitar queimar seus lábios delicados.
Você aspira a borda da xícara e imerge a língua no licor apetitoso que fora sorvido, numa aurora fria e sombria,
Buscando dissolver suas mágoas, conseqüência dos dias duros e frívolos.
Você reflete acerca da harmonia existente entre o Sol e a Lua,
Interrogando a tudo e a todos, na almejada procura por respostas verossímeis.
Você lê livros, compõe poesias...
Até que a sinuca da vida, tantas vezes insolúvel, desvele-se enfim.
Em verdade vos digo, sem tardar, abruptamente se escoaram as estações do ano, escapa-lhe o tempo...
E após tanta expectativa gerada, com o intricado enlace de suas vivências, o aroma do café é o quê restou.