Tudo que existe em meu âmago falou com veemência
Tudo que é sentimento extravasou de minhas entranhas
É insofismável permitir que cada fibra de meu ser se exprima
Não nutro temor pelo óbito
Mas sim pelo mero existir apático
Logo após ter vislumbrado a própria existência
Desfrutei o prazer em inspirar o ar vital
Senti regozijo em me acolher
E abraçar incondicionalmente minha própria essência
Compreendi que a vida é uma epopeia de autoconhecimento
E que cada passo dado é uma oportunidade de magnificação
Não almejo atravessar a existência meramente subsistindo
Desejo vivê-la ávida e intensamente, aproveitando cada momento
Ansiando experimentar cada emoção, cada sorriso, cada lágrima
Pois é por meio das vivências que solidificamos nossa jornada
E, ao cabo, o que verdadeiramente importa é a plenitude pessoal
O sentimento de propósito cumprido e de ter vivido inequivocamente
Por isso, não se assalte de angústia ante a finitude
Mas sim de não absorver a vida em sua magnitude, enquanto aqui estou presente
Desejo deixar uma profunda impressão, um legado que permaneça
Uma memória indelével, um testemunho que perdure
Quero ser relembrado pelos momentos de beatitude
Pela compaixão e pelo afeto que difundi pelo mundo
Não anseio pelo arrependimento de não ter audaciosamente alçado voo
De não ter seguido meus anelos e aspirações
Quero alimentar minha alma com vivências verdadeiramente enriquecedoras
E construir uma existência repleta de significado e pertinência
Não acalento temor quanto às vicissitudes que a vida me enrostra
Pois sei que é justamente nelas que encontro meu incremento
Desejo viver cada dia como se fosse o último
E valorizar cada instante, cada ser humano a minha volta
Pois, ao fim e ao cabo, o que verdadeiramente importa é ter vivido
Ter amado e ter sido amado com veemência
Então, não se assuste em existir, acolha a vida de peito aberto
E encare cada momento como singular e eterno.