Fogo em solo mexicano.

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Helô e Stênio caminhavam de mãos dadas, indo em direção a entrada de onde estavam hospedados. Os dois conversavam entre si e davam risada, quem olhasse certamente saberia que estavam felizes, até demais.

Era uma cena, tanto quanto invejável.

- Aí, espera aí. — Disse ao escutar o seu celular tocando dentro da bolsa de praia. - Só um minuto, Stênio.

Ela pegou o aparelho e deu alguns passos para o lado, se afastando do marido e indo atender a tal ligação, sem dar nem indícios de quem era.

Obviamente aquilo o deixou curioso e tratou de quebrar o espaço que havia entre os dois, fazendo Helô quase dar um pulo pelo susto.

- Que qui foi, criatura? — Deu um tapinha no braço dele.

- Calma, o que foi aí?

- É a Creusa, não é nada demais não. — Explicou e voltou sua atenção para a ligação.

Stênio suspirou de alívio, ficava preocupado, ainda mais depois do que aconteceu nos últimos meses, mesmo que agora estivessem em segurança.

Resolveu então se afastar, cedendo privacidade para sua mulher e indo até onde estava a tal recepcionista daquele lugar. A morena de olhos claros, no segundo que o avistou, tratou de lhe dirigir a palavra.

- Pois não? O senhor precisa de algo? — Perguntou de maneira simpática.

- Eu gostaria de saber se aqui tem aqueles panfletos, tipo de guia turístico? — Stênio não sabia explicar, e acabou se enrolando um pouco.

- Só um minuto, acho que sei do que está falando. — Ela se abaixou, dando a entender que estava procurando por algo ali por trás.

Stênio suspirou, se encostando no balcão da recepção, enquanto aguardava pacientemente. Por um instante, olhou por cima de seu ombro, tentando observar sua esposa, que ainda falava ao telefone, agora com uma expressão mais tranquila.

- Aqui está, confere se é isso mesmo. — Respondeu, fazendo com que a atenção dele voltasse a pousar sob ela, ou melhor, no que segurava.

- É sim, muito obrigado! — Sorriu satisfeito, agora segurando o que lhe foi entregue.

Antes que pudesse se afastar, escutou uma voz feminina, que parecia estar se direcionando a ele.

"Ai meu Deus, você não é aquele advogado?"

Stênio como primeira reação, juntou as sobrancelhas meio confuso, observando a dona da voz ir se aproximando cada vez mais.

Se tratava de uma ruiva, praticamente da sua altura, talvez por conta dos enormes saltos que usava, que inclusive fazia barulho, enquanto andava. A moça se dirigiu com tanto ânimo até ele, que o fez se perguntar se a conhecia, mas nada lhe virá na mente.

- Depende, de qual advogado você acha que estamos falando? — Resolveu responder.

- Desculpa, agora me deu um branco do seu nome.. Você é o — Foi interrompida.

- Stênio Alencar! — Sorriu gentilmente. - Perdão lhe perguntar, mas nos conhecemos?

- Que cabeça a minha! — Sorriu e tocou o braço de Stênio, o deixando meio desconfortável com a situação. - Eu sou a Débora! Você já foi contratado pelo meu irmão, não chegamos a ter uma comunicação direta, infelizmente!

O advogado podia jurar que ela deu ênfase até demais na última palavra de sua frase, era quase — ou totalmente —, como se estivesse com alguém lhe cantando.

- Ah sim, qual o nome dele?

- Fabrício, será que você se lembra? Um advogado tão renomado como você, deve ter uma lista grande de clientes. — Sorriu e Stênio riu sem graça.

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