𝗔𝗧𝗘𝗘𝗭 | 𝗢𝗻𝗲𝗦𝗵𝗼𝘁𝘀 | 𝗕𝘅𝗕

Woosan

Jardim

Caminhei pelo jardim, tocando as flores mortas ao passar por elas. Havia uma pequena brisa enquanto eu caminhava, me acompanhando na calmaria da noite. Meus sapatos faziam barulho enquanto eu caminhava pelo lugar que havia encontrado há muito tempo, em um momento de tristeza que tento ao máximo deixar para trás. Há silêncio ao meu redor, envolvendo-me em uma pequena bolha e entorpecendo todas as emoções.

Alcançando o banco no meio da expansão, sento-me, sentindo como ele umedece levemente a calça que eu estava usando. Tremendo, envolvo meus braços e inclino minha cabeça para cima, olhando para os aglomerados de estrelas e a lua brilhante que está lentamente deixando o céu noturno. Senti-me começando a adormecer enquanto olhava para o luar refletido nos pisos de ladrilhos que decoravam o centro do jardim.

Mas antes de me deixar deslizar para a terra dos sonhos, dei um tapa na minha bochecha e forcei meus olhos a se abrirem e encarar o céu mais uma vez. Com um suspiro, levantei-me e entrei em outra seção do jardim. Minhas mãos ainda tentavam agarrar as vinhas mortas, certificando-se de que não era perigoso fazê-lo.

Memórias inundavam minha cabeça às vezes, o pensamento dele fazendo meus olhos se encherem de lágrimas. Ele era a luz da minha vida, a fuga para os meus problemas, a sinfonia da minha música. Tudo, e agora parecia que tinha acabado. Parecia que não havia luz, não havia escapatória para mim e eu era simplesmente uma batida quebrada.

Depois de andar de um lado para o outro no mesmo caminho em silêncio, voltei na esperança de voltar para o banco e dormir um pouco. Antes mesmo de sair da trilha cheia de trepadeiras mortas, senti algo agarrar meu braço e me puxar para trás com força. Eu tropecei em um baú e um cheiro que parecia muito familiar e caseiro.

Eu tentei me afastar, a familiaridade do abraço trazendo de volta as lágrimas em meus olhos que estavam lá horas atrás. Depois de alguma luta, meu corpo caiu contra o dele e meus braços se envolveram em torno de seu torso. As lágrimas não derramadas em meus olhos rolaram por minhas bochechas de porcelana, tingindo-as com uma cor rosa claro.

Depois do que pareceram horas, ele afrouxou seu aperto de ferro e me soltou. Fiquei tensa, sentindo o frio retornar ao meu corpo, fazendo-me tremer impotente. Ele foi atrás de mim e passou os braços em volta da minha cintura, trazendo um pouco de calor para o meu corpo frio. Caminhamos lentamente assim, desconfortavelmente, mas com tanta naturalidade. Ele me acompanhou até a floresta e de volta à trilha iluminada pela luz do sol que se acumulava no céu.

Nossos carros estavam estacionados na rua, o dele atrás do meu. Ele sabia sobre este lugar, eu disse a ele algumas semanas atrás em nosso aniversário. O dia em que ele me pediu em casamento. Olhei para o meu dedo pela primeira vez desde a noite anterior, o anel brilhante foi colocado na minha mão com cuidado.

Mas ver como ele brilhou com a ajuda do sol me lembra por que corri para este lugar no nascimento da noite. Isso me lembra das emoções avassaladoras que dominaram o amor e o carinho que senti pelo homem que me abraçava. Meu rosto mostrava minhas muitas emoções, todas elas brilharam em meu rosto em segundos. Uma carranca se transformou em um sorriso, que se transformou em um rosto triste, que então voltou a ser um sorriso.

Ele veio aqui, toda a viagem para me encontrar. Mesmo que devêssemos estar com raiva e gritamos. Não foi culpa dele. Nem era minha.

Foi uma briga estúpida, os gritos e insultos desnecessariamente dolorosos. San é conhecido por ter uma boa quantidade de linguagem corporal quando fala, ele estava apenas tentando expressar sua raiva quando as memórias voltaram para mim. Todos os golpes, chutes, tapas e socos voltaram para mim. As palavras ofensivas cheias de um veneno chamado ódio. Invadiu minhas memórias, sem permissão, e trouxe uma percepção que me trouxe à realidade.

Ser abusado teve suas consequências em mais de uma maneira. Longo prazo e curto prazo. Quando vacilei, não foi porque estava com medo do meu noivo. Não nunca. Eu sei que ele nunca poderia me machucar, eu tinha certeza disso. Mas seus movimentos repentinos me transportaram instantaneamente para um lugar cheio de escuridão e um velho eu com o coração partido.

Foi assim que chegamos a este lugar e a esta posição. Não queríamos ser assim, eram simplesmente os demônios do passado voltando para nos assombrar. Eu podia sentir seu olhar em mim mais uma vez, mas eu apenas olhei para frente. Quando ele me virou e bateu na parte inferior das minhas coxas, entendi o que ele queria.

- Vamos, baby. Vou carregar você pelo resto do caminho.- Ele sussurrou como se houvesse alguém que pudesse nos ouvir. Como se ele estivesse me contando o segredo mais importante que já existiu. Eu balancei a cabeça, sentindo um sorriso pastar na superfície do meu rosto. Ele lentamente guiou nossos corpos para que eles se encarassem, batendo duas vezes em minhas coxas, sinalizando para eu pular. Envolvi meus braços em seu pescoço e me escondi ali, enquanto minhas pernas se enredavam em sua cintura.

Sem que eu percebesse, chegamos ao carro dele. Colocando-me no chão, ele abriu a porta e me sentou, colocando o cinto de segurança em volta de mim com segurança. Ele fechou a porta e deu a volta, não entrando no carro, mas apoiando-se nele enquanto puxava o telefone. Ouvi sua voz ao telefone, e de repente ele estava ao meu lado no carro, me puxando para que nossos lábios se encontrassem em um beijo lento e amoroso.

- Sinto muito, sinto muito. Mas, por favor, não faça isso de novo, estamos noivos, Wooyoung, vamos nos ajudar. Eu te amo, tanto, tanto, ok?- Ele murmurou contra meus lábios uma vez que nos afastamos, sua voz vacilando ligeiramente. Senti meus olhos começarem a ficar nublados mais uma vez.

- Eu também te amo, e sei que você nunca seria como ele.

Nos abraçamos mais um pouco e nos separamos quando percebemos que era hora de partir. O sol estava brilhando em toda a sua glória, agora, lançando sua luz única para o mundo ao nosso redor. E de repente, a calma que era estar na presença um do outro voltou.