Capítulo 3 Trabalho

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— Corra, Henry. Já é quase meio dia, se apresse ou vai se atrasar! — grita Myra enquanto ninava Lolah em seu colo.

Henry estava se arrumando o mais rápido que podia. Ele pega sua bota que estava no canto de sua cama e a coloca.

— Estou indo! — diz se organizando para sair — Mas imagino que chegar atrasado não será um problema. Como o próprio John disse, eu não passo de um simples catador de madeiras.

Myra suspira num tom carinhoso.

— Não se importe com o que seu padrasto diz. Você sabe que ele é... — Ela hesita ao procurar uma palavra para descrevê-lo, mas logo desiste e apenas continua — Você sabe que ele é assim. Tente não se importar. Eu sei que é difícil, mas faça por mim, está bem? — Diz dando um leve beijo na testa de Henry — Vá filho, está atrasado!

Henry então lhe dá um leve abraço, se despede de Lolah, que estava no colo de Myra, e com pressa sai. O garoto andava observando o sol esperando saber o quanto estava atrasado, ele só pensava se levaria uma bronca ao chegar. Enquanto olhava para cima percebia algumas nuvens no céu azul, isso seria um indicativo que ficaria nublado depois, não era estranho isso acontecer pois era o quinto mês do ano. O inverno se aproximava e com isso as mudanças repentinas de tempo eram comuns nessa época. Depois de algum tempo andando Henry finalmente chega, cansado e ofegante porque caminhava rápido. Ao chegar, seu amigo Tommy o aborda.

— Finalmente! — diz num tom rígido pegando no braço de Henry e o puxando — Você tem sorte que o Grande Lord não chegou ainda. — diz largando o braço de Henry — É melhor começarmos a trabalhar ou já sabe. — Diz pegando algumas madeiras na sua mão e levando para o local necessário.

— Nossa obrigada pelo maravilhoso bom dia, Tommy — diz num tom sarcástico enquanto pega algumas madeiras no braço.

— Bom dia são para os poderosos, não para nós que obedecemos — Tommy grita do local onde estava.

Henry então segue com as toras de madeiras em seu braço, indo ma direção de seu amigo. Ao chegar coloca as madeiras cuidadosamente em um monte que já havia ali.

— E o Rhangel? Ele não vem? — Pergunta Henry enquanto limpava a sujeira que a madeira fez em sua roupa.

Tommy então se vira para a direçao de Henry, e com uma cara brincalhona, responde.

— Isso é uma pergunta besta de fazer. — Então ele começa a voltar para pegar mais madeiras. Henry o segue. — Só tem 3 opções, ou ele está transando com alguém, ou está bêbado em algum lugar, ou ele não vem, simples assim. — Tommy então chega na pilha de madeiras, mas antes de pegá-las acrescenta — Também podemos considerar uma quarta opção, que claramente não confio, mas ele pode estar vindo.

— Eu pensei que ele tinha dito que iria mudar as atitudes ou coisa parecida.

— Você sabe como o Rhangel é, a palavra dele é o mesmo que nada. Ele fala, mas nunca cumpre.

Os dois ficam ali por um tempo, indo e voltando, de pilha para pilha, como Henry tinha previsto o sol já se fora. O dia agora era nublado, grandes nuvens cinzas se formaram no céu, e o cheiro de grama molhada se aproximava, o que dizia que uma grande tempestade viria à noite, em alguns momentos Henry ouvia trovões distantes, mas tudo indicava que ainda teria tempo até a chuva vir. Tendo certeza que a chuva viria tinham que se apressar pois alguns chuviscos já caiam, molhando suas roupas e cabelos, fazendo com que Henry tivesse que parar para arrumar suas úmidas mechas negras que caiam em seu olho.

— Olha Henry, espero que sua suposta afirmação da chuva não esteja certa, pois temos outra pilha inteira para levar e se começar a chover vai dificultar. Eu também não estou a fim de ficar com a roupa encharcada.

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