Capítulo 9 Ovelha indefesa

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Correndo e em total desespero, gritava, esse era o barulho que ecoava pelo Nordeste do Acampamento Central.

O garoto corria, como se corresse pela vida, fugindo como um animal indefeso, dois meninos mais velhos o perseguiam.

O menino fugia olhando para trás na tentativa de dispersar os garotos, mas seu plano dá errado quando esbarra em um deles, ao perceber ele logo corre na direção contrária, mas os outros dois garotos já estavam ali. Eram um contra três, era perceptível na expressão do garoto seu medo, o menino se contorce tentando escapar, mas um dos garotos começa a falar.
 

— Você pensou que seria tão fácil assim fugir, Theodor?!  Você vai pagar pelo que fez.
 

— Eu não fiz nada! — Grita Theodor — A culpa foi sua, ninguém mandou mexer com a ovelha, ela só te deu o troco!
 

— Jherundio nunca tem culpa de nada — Diz o garoto que segurava Theodor no lado esquerdo.
 

— Mas e se Theodor tiver razão? Meio que a culpa foi nossa, nós fomos mexer com as ovelhas. — Reflete o garoto do lado direito.
 

— Calado Helisio, siga o exemplo de Lhiberioh e fale que não tenho culpa de nada. Vamos logo para o castigo, não é mesmo Theodor? — Diz Jherundio tirando uma faca da cintura.
 

Theodor se apavora, então começa a tentar fugir, mais os garotos o seguravam com força, então, como defesa, Theodor começa a gritar, ele não sabia o que iriam fazer, se iriam cortá-lo ou o matá-lo, mas não estava afim de descobrir. Jherundio se aproxima com a faca, a cada passo Theodor se apavorava, olhando para os lado na tentativa de achar algo que pudesse o salvar dali, quando o garoto chega mais perto Theodor apenas segue o seu instinto e dá um chute que faz Jherundio cambalear para trás, mas o golpe não foi o bastante para evitar uma tragédia. Theodor estava aliviado, mas sente algo escorrendo em seu braço e ao olhar, viu um corte que ia de perto de seu pulso até o meio do braço. Ele não expressava reação, apenas olhava o sangue pingando no chão, os garotos que o seguravam vendo o que fizeram o soltam imediatamente. Mas, um homem chega para ver a confusão e vê os 4 garotos, o homem era grande, maior que todos ali, era o açougueiro, o tio de Theodor, o homem logo grita.

— O que está acontecendo aqui?! — O homem pergunta olhando para os 3 meninos, mas logo muda seu olhar para Theodor, que estava parado com o sangue escorrendo em seu braço. — Por que não vão mexer com alguém do seu tamanho? Vocês já são bem grandinhos, poderiam estar com uma vida pronta e com uma esposa, mas estão aqui, se comportando como pirralhos atormentando um garoto.  Então é melhor vocês saírem daqui agora, caso não queiram sofrer as consequências.
 

— Que consequência? — Responde Jherundio convencido.
 

—Hum... não sei — Responde o Homem com um tom sarcástico. — Mas pela sua ousadia, quem sabe talvez uma castração.  — Os garotos não falam nada, apenas correm. Então o homem vai em direção a Theodor que estava parado, segurando o braço.
 

— Você está bem, Theodor? — Diz pegando o braço do garoto para analisar o corte.
 

— Não diria bem, mas está bom. — Responde Theodor cabisbaixo.
 

— Você tem sorte que sua tia está em casa, não será preciso chamar o curandeiro, ela cuida disso, agora é melhor irmos.
 

Os dois seguem a caminho de casa, Theodor passou o caminho todo quieto, o que era estranho, já que pelo corte que o menino tivera era para estar gritando, mas Theodor não expressa dor, era como se já estivesse acostumado a isso. Os dois chegam a cabana, as duas mulheres estavam lá, a tia e a mãe de Theodor, quanto a tia vê seu marido entrando logo diz.

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