Capítulo 42 Penas, Gralhadas e flechas

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O sol começa a adentrar na pequena e simples barraca, um pequeno feixe de luz reflete na cara de Alister que, com a claridade, logo acorda. Ao seu lado estava William, qual a respiração profunda indicava que ainda estava em tremendo sono. Quando Alister se senta, logo avista um pássaro na porta da cabana.


O pássaro – provavelmente um corvo – estava na entrada da cabana. Alister, ao ver o animal ali, se paralisou para não assustá-lo. Era um corvo diferente – era branco. Alister admirou o animal, que nunca tinha visto antes, e que facilmente presumiria ser uma pomba. A ave tinha uma folha nas patas, um ramo, precisamente.


Alister paralisou, admirando as características únicas da ave. Suas penas completamente brancas pareciam brilhar sob a luz do sol, e seus olhos azuis destacavam-se contra a plumagem clara e reluzente. Toda a sua atenção estava fixada ali, até que, de repente, a ave voou. Alister soltou um pequeno grito e inclinou-se para frente, na esperança de ver para onde o pássaro havia ido, mas ele já havia desaparecido de vista. Ao voltar a atenção para o chão, onde o corvo estava, Alister notou o ramo que a ave segurava. Ele se abaixou e o pegou, ouvindo, nesse momento, William acordando.


— William, havia um pássaro aqui — disse Alister, ainda impressionado.


William, ainda despertando, sentou-se e passou a mão no rosto para tentar acordar completamente.


— Pássaro? — repetiu olhando e não vendo nada.


— Ele estava aqui — disse apontando com a mão. — Bem aqui, mas ele voou.


— É por isso que gritou, por causa do pássaro?


— Mas ele era diferente, era um corvo, sendo que branco.


— Branco? Nem sabia que existia corvo branco.


— Nem eu. Será que era um sinal?


— Um sinal?


— É — disse analisando a folha na mão. — Tá vendo isso? Era isso que o corvo tinha na pata. Sabe o que é isso?


— Um mato?


— Não. É um ramo.


— Ramo não é mato?


— Ramo é ramo, mato é mato.


— Tá, o que que tem o ramo?


— É um ramo de oliveira. Uma vez minha avó me disse que antigamente havia uma tradição onde o casal pegava um ramo de oliveira e desejava e cuidava dele do dia da estrela baixa até a véspera da estrela alta. Daí o casal colocava o ramo na porta ou algo assim. Se no dia seguinte o ramo não estivesse lá por qualquer motivo, o casal era abençoado. Agora, se o ramo estivesse, não era muito bom.


— Mas a gente ainda está no meio do ano, faltam meses para o dia da estrela baixa.


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