Quase perco meu pescoço.

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Quando alguém pensa em piratas elas pensam em coisa ruim como por exemplo saquear e matar e até coisas piores, e elas não estão erradas, maioria dos piratas de fato são ruins, maldosos e cruéis, aliás, eu sou Noah, um pirata... sem tripulação mais isso não vem ao caso agora. Eu estou meio ocupado nesse momento, nada de mais apenas-

— PODEM SOLTAR A GUILHOTINA! — Grita um tenente.

Sim, eu estou prestes a ter o meu pescoço levemente cortado, mais antes de isso acontecer que tal eu contar como eu cheguei aqui?

Nesse mesmo dia eu estava fazendo o mesmo que qualquer pirata faria em uma cidade pesqueira, estava bebendo rum em uma taverna durante a manhã, e assim, eu meio que perco um pouco a cabeça quando eu bebo admito, enquanto bebia eu acabei esbarando em um outro cara aleatório e "acidentalmente" minha mão foi parar na cara dele com muito força e assim a taverna inteira começou a brigar, claro, isso é normal de se acontecer em uma taverna o problema é que o rabugento daquele marinho ali (o tenente) estava festejando seu aniversário na mesma taverna e acabou entrando na confusão. Não posso dizer que ele não pediu por isso, é um marinheiro, todos marinheiros merecem um soco, mas naquele momento foi um azar danado para mim. Acabei dando um soco nele enquanto tentava me defender de um brutamontes que tentava me esmagar com um barril de rum. Foi nesse momento que a coisa ficou realmente feia.

O tenente gritou por reforços e, instantaneamente, a taverna foi cercada por soldados da marinha. Eu ainda estava meio bêbado, com o gosto salgado do rum na língua, e não consegui reagir a tempo, se eu tivesse completamente consciente eles não teriam a mínima chance. Fui capturado e levado para o forte da cidade, onde fui jogado em uma cela fria e úmida que me lembrava bastante a minha antiga cela em alcatroz.

A minha sentença foi rápida. O tenente, ainda com o olho roxo do meu soco, queria dar um exemplo para os outros piratas da cidade. Sem julgamento, sem chance de defesa. Apenas a guilhotina aguardando para me dar um fim.

E agora aqui estou, as lâminas brilhando ao sol e a multidão assistindo com ansiedade a minha execução. O tenente, com um sorriso de satisfação, dá a ordem para soltar a guilhotina mais por sorte eu tenho muita habilidade em lidar com cadeados, vai por mim quando se é um pirata você pega o jeito bem rápido com essas coisas, e já que agora eu estava sóbrio só me faltava abrir o cadeado da guilhotina já que a minhas algemas eu já havia aberto faz muito tempo.

Nos poucos segundos que a lâmina caía em direção ao meu pescoço eu consigo me libertar e ficar em pé logo ao lado do carrasco.

— Ufa… essa foi quase não é cara? — eu falo passando a mão no meu pescoço e sorria para ele que apenas solta uma espécie de rosnado — já vi que não gosta de falar —

— GUARDAS! PEGUEM-LO! — grita o tenente mais uma vez.

— acho que esse é o sinal para minha deixá —  eu falo e logo corro entre a multidão de civis.

Continuo a correr pela cidade com uma dúzia de guardas nas minhas botas até que para despista-los eu entro em um recinto, fecho a porta e poucos segundos após entrar eu ouço um batalhão passando correndo do lado de fora.

— hoje deve ser meu dia de sorte hehe, marinheiros idiotas — me viro e percebe uma garota logo atrás de mim e infelizmente eu a reconheço — esquece o que eu falei, hoje com certeza é meu dia de azar —falo penso comigo mesmo logo antes de levar um tapa no meu rosto.

— Qual é querida? Você sabe que eu não gosto no rosto, sabe o quanto é difícil manter o meu rostinho bonito assim? — falo e desnecessariamente levo outro tapa.

— Cafajeste! Bem que eu ouvi que algum pirata lixo ia ser executado hoje, talvez eu deva chamar os guardas para vir fazer companhia a você, o que acha? — ela diz agressivamente.

— Minha querida, porquê você está tão brava comigo? Eu não me lembro de fazer nada de errado — falo descaradamente.

Ela permanece me olhando nos olhos e por incrível que pareça nem mesmo os piores piratas me colocam medo mais quando o assunto é mulheres... eu tenho até pesadelos.

— está bem desculpe, sejá lá o que for que eu fiz, tenho certeza que não foi de propósito —

— não se lembra? — derrepente ela vira-se e abre uma gaveta de uma escrivaninha que tinha ali perto e pega um pequeno pedaço de pano e joga no meu peito.

— Oh… Você ainda tem isto... — não vou nem conta a vocês o que eu havia escrito na carta ok?

Esse é um dos motivos de eu temer mulheres, ela guardam muito rancor, até os meus piores inimigos já tomaram rum comigo (as bebidas estavam todas envenenadas mais não é disto que estamos falando).

— Ei, eu fui jovem e estúpido, como qualquer pirata. — eu tento me defender, olhando para o pedaço de pano em minhas mãos.

— Você sempre foi um idiota, Noah. — ela responde, cruzando os braços sobre o peito. — E parece que você ainda é. Causando problemas por aí, quase sendo executado... —

— É... eu admito que não sou o exemplo de bom comportamento. — eu dou de ombros, tentando parecer desinteressado.

— Noah, você precisa mudar. — ela diz, se aproximando. — Não quero que você acabe na guilhotina —

— Não se preocupe, querida. — eu sorrio, jogando o pedaço de pano para o lado. — Eu sempre encontro um jeito de escapar —

— Você não tem mais uma tripulação se lembra? acha que pode escapar da marinha sozinho? —

De repente, ouvimos o som de passos se aproximando. Rapidamente, eu me escondo atrás de uma grande cortina, enquanto ela vai atender a porta.

— Olá senhora, você viu um pirata passar por aqui? — ouço um dos guardas perguntar.

— Não, não vi ninguém. — ela responde calmamente.

— Estendo, tranque a casa o pirata Noah está a solta na cidade — o guarda diz enquanto se afasta e volta a correr a minha procura.

Eu saio de trás da cortina, sorrindo para ela. Ela revira os olhos, mas posso ver um pequeno sorriso em seu rosto.

— Você me deve uma, Noah —

— Eu devo para muitas pessoas, mais diferente delas eu vou te pagar — eu respondo, me encaminhando para a porta. — Mas agora, preciso ir —

Antes de sair, eu me viro para ela uma última vez. — Agatha, você está mais linda quando no dia que eu fug- digo, parti — eu falo.

Eu fecho a porta atrás de mim, e ouço uma baixa risada vindo da casa. Eu corro em direção ao porto da cidade ao eu havia ancorado o meu barco (que, na verdade era apenas um pequeno bote), ao chegar, vejo que tinha uma frota inteira guardando o lugar e por um breve momento eu me senti importante mais esse sentimento desapareceu rapidamente quando percebi um navio da marinha ancorado no píer e nele saindo junto aos marinhoeiros um pirata, um pirata de cabelos compridos e marrom, Oliver Davies, ou se preferir, Amadeirado que era o apelido dele em todos os mares (mais ele não gosta desse apelido e sempre que alguém o chama assim a sua língua é cortada fora), ele é um grande pirata claro não tão grande quanto eu mais ainda sim um grande pirata e pelo que parece ele foi pego dessa vez, que pena.

O Pior Pirata Dos 7 Mares.Onde histórias criam vida. Descubra agora